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Olimpíadas: Silvana e Tatiana avançam para as oitavas de final no surfe

Silvana Lima em ação durante eliminatórias do surfe nas Olimpíadas de Tóquio - Lisi Niesner/Reuters
Silvana Lima em ação durante eliminatórias do surfe nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Lisi Niesner/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

25/07/2021 00h10Atualizada em 25/07/2021 04h49

Após o sucesso de Ítalo Ferreira e Gabriel Medina no masculino, classificados para o Round 3 (oitavas) do surfe, a cearense Silvana Lima e a gaúcha Tatiana Weston-Webb repetiram o sucesso dos compatriotas e, no início da madrugada deste domingo (25), garantiram vaga nas oitavas de final da modalidade das Olimpíadas de Tóquio, que serão disputadas a partir das 19h (de Brasília).

Classificada em segundo lugar, Silvana, que chegou a liderar a bateria, fez 12.13 pontos, mas ficou atrás da australiana Stephanie Gilmore, heptacampeã mundial, 5º lugar no ranking da WSL e que findou a primeira bateria com 14.50 pontos.

"Quando eu saí do hotel e vim pra competição deu um friozinho na barriga, aí eu pensei, calma, relaxa que o nervosismo não é agora. Eu estou vivendo um sonho e eu penso: Silvana você está nas olimpíadas, Silvana tu acabou de competir, Silvana tu foi para as oitavas. Depois de tudo que eu passei, na hora que eu estava ali veio um filme na minha cabeça, desde criança até eu chegar aqui, todos os perrengues, momentos difíceis, as felicidades que eu tive e eu posso dizer que eu sou muito abençoada e agradeço a Deus por essa oportunidade de fazer o que eu mais gosto e representar bem o meu país", destacou a cearense.

Tatiana, por sua vez, fechou a bateria em primeiro lugar com 11.33 pontos, deixando para trás a francesa Johanne Defay. O resultado garantiu o 100% de aproveitamento do Brasil na modalidade, tanto no masculino, quanto no feminino.

"É bem diferente, eu estou arrepiada. É difícil acreditar que estamos aqui nas olimpíadas surfando. É uma honra fazer parte de um grupo de atletas tão poderosos e eu sou muito grata. Muito feliz de estar aqui e muito feliz com minha bateria, além disso, ficando aqui do lado (da área de competição), é muito fácil de treinar a qualquer hora do dia para nos acostumarmos com esse tipo de onda e ameniza o desgaste de termos que vir e voltar todos os dias para Vila', comentou a gaúcha.

Na sexta bateria das oitavas, Silvana Lima terá pela frente a portuguesa Teresa Bonvalot. Já Tati Weston-Webb encara a japonesa Amuro Tsuzuki na sétima bateria.

Cabeças de chave nas respectivas baterias, a estadunidense Carissa Moore e a australiana Sally Fitzgibbons ratificaram o favoritismo e se classificaram para o Round 3 na primeira colocação. Elas são duas das grandes favoritas ao ouro em Tsurigasaki Beach.

Cearense guerreira

Aos 36 anos, Silvana Lima vive mais um momento especial na carreira. No surfe profissional desde 2006, ela foi considerada a melhor surfista do país por oito vezes e bateu na trave duas vezes no campeonato mundial, ficando com a segunda colocação em ambas. A trajetória da cearense, nascida em Paracuru, foi atrapalhada pelas várias lesões que teve ao longo dos anos; isso, inclusive, fez com que ela deixasse de figurar entre as principais do planeta.

Gaúcha/havaiana

Filha da ex-bodyboarder brasileira Tanira Guimarães e do surfista inglês Doug Weston-Webb, Tatiana nasceu em Porto Alegre, mas se mudou com dois meses para o Havaí, nos Estados Unidos, onde conheceu o encantamento das ondas e se apaixonou pelo esporte, anos depois.

Atualmente, a gaúcha de 25 anos ocupa a quarta colocação no ranking da WSL. Desde 2018, Weston-Webb passou também a ter, além da nacionalidade norte-americana, também brasileira. A decisão foi tomada após convite do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para que ela defendesse o país nas competições mais importantes do surfe.