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Morre Oleg Ostapenko, ex-técnico de Daiane dos Santos e da seleção

Daiane dos Santos e Oleg Ostapenko - REUTERS/Sergio Moraes
Daiane dos Santos e Oleg Ostapenko Imagem: REUTERS/Sergio Moraes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/07/2021 10h14

Ex-técnico da seleção brasileira feminina de ginástica artística, o ucraniano Oleg Ostapenko morreu neste sábado (3), em Kiev, na Ucrânia, aos 76 anos. Oleg estava internado desde o início de maio, com problemas pulmonares e renais. A informação da morte do treinador foi publicada pela técnica Iryna Ilyashenko, amiga de longa data de Oleg e treinadora da seleção brasileira e do Cegin, e pela ex-ginasta Daiane dos Santos.

Por causa dos altos custos do tratamento na Ucrânia, uma ex-atleta de Oleg, a ucraniana Iryna Bulakhova, criou uma vaquinha online com o objetivo de arrecadar 20 mil dólares. Por causa da falha renal, Oleg precisava passar por sessões de hemodiálise, com custo unitário de mil dólares.

Ex-treinador da seleção soviética e russa, Oleg foi contratado pela Confederação Brasileira de Ginástica em 2001. Junto de sua mulher, Nádia Ostapenko, mudou-se para a cidade de Curitiba. Foi o responsável por criar a seleção permanente de ginástica artística feminina. A partir de suas contribuições, a ginástica artística feminina do Brasil passou a alcançar resultados inéditos. Em 2003, Daiane dos Santos conquistou o primeiro título mundial da modalidade, com o ouro no solo em Anaheim (EUA).

O país também conseguiu, pela primeira vez, classificar um time completo para as Olimpíadas, nos Jogos de Atenas, 2004. Nesta mesma edição, Daiane dos Santos alcançou o melhor resultado individual de uma atleta brasileira na modalidade, o 5º lugar no solo, marca que só foi igualada por Flávia Saraiva na Rio-2016, mas na trave.

Em Atenas-2004, Daiane dos Santos consagrou o Brasileirinho e, também, o inédito movimento duplo twist carpado, que entrou para o Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) como Dos Santos.

Oleg deixou a seleção brasileira após os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, com o melhor resultado por equipes, o 8º lugar. Retornou ao Brasil em 2011, para trabalhar no Cegin, clube de Curitiba, onde ficou até 2015.