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Em má fase, Pezão rejeita aposentadoria e evita pensar em demissão no UFC

Divulgação/UFC
Imagem: Divulgação/UFC

Fernando Notari

Do UOL, em São Paulo

20/09/2016 12h00

Antônio Silva “Pezão”, lutador de MMA brasileiro que já disputou o cinturão peso pesado do UFC, entrará no octógono no próximo sábado (24), em Brasília, ameaçado de demissão pela organização. Em entrevista ao UOL Esporte, ele confessa que sabe disso, mas evita pensar na possibilidade por experiência própria: o atleta já viveu situação semelhante e, na ocasião, o medo de ser cortado lhe afetou o desempenho.

“Nós [lutadores] não podemos pensar em demissão, não podemos ter esse pensamento negativo. Se eu ficar pensando nisso, não vou conseguir lutar. É muita pressão psicológica”, explicou. “Pezão” vem de duas derrotas consecutivas, para o neozelandês Mark Hunt e holandês Stefan Struve. Pior: dos últimos sete duelos, venceu apenas um. Nessa sequência, ainda soma um empate com o mesmo Hunt.

A má fase do brasileiro começou ao perder para o norte-americano Cain Velásquez em um embate pelo título dos pesados, em maio de 2013. Depois, empatou com Mark Hunt e foi derrotado pelo bielorrusso Andrei Arlovski. Pressionado, foi à luta contra Frank Mir, dos Estados Unidos, temendo ser demitido em caso de novo revés.

“Contra o Mir foi assim: perdi para mim mesmo. Fiquei pensando que não podia perder, que poderia ser demitido... isso me atrapalhou. Perdi. No entanto, antes das lutas, Dana White [presidente do UFC] conversa conosco e diz que vitória não garante ninguém, assim como derrota não gera necessariamente demissão. Se eu lutar bem, independentemente do resultado, acredito que não serei demitido”, considerou.

“Pezão” assegura que seu mau desempenho recente também tem relação com problemas pessoais que já estão resolvidos – ou em vias de se resolver. “Estou 100% fisicamente e fiz o que sempre faço, treinei muito forte. Procuramos fazer uma parte mental mais forte, com a minha psicóloga. É em relação ao foco que apresentarei mais diferença”, afirmou o paraibano de Campina Grande, que preferiu não revelar quais foram os problemas enfrentados. “Sou reservado”.

Antônio Silva enfrentará o norte-americano de mão pesada Roy Nelson, em evento que terá a brasileira Cris Cyborg na luta principal contra a sueca Lina Lansberg. Independentemente do resultado, mesmo se derrotado e demitido, “Pezão”, de 37 anos, sabe que não se aposentará. “Nem penso nisso”, assegura. 

“Enquanto meu corpo estiver funcionando bem e eu tiver com vontade de lutar, não penso em parar. Olha o Dan Henderson, por exemplo, que aos 45 anos está nocauteando todo mundo. É uma pessoa em quem me espelho muito”, justificou. “Um dia chegará minha aposentadoria, sei disso, mas hoje me sinto melhor fisicamente do que quando eu tinha 27 anos”, encerrou “Pezão”.