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Entre acertos e erros, Ceni chega ao 3º título em seis meses no Flamengo; veja

Rogério Ceni no comando do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Rogério Ceni no comando do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

23/05/2021 07h00

No comando do Flamengo há seis meses, assumindo o time em novembro de 2020, Rogério Ceni conquistou o seu terceiro título pelo clube neste sábado, com a vitória sobre o Fluminense, por 3 a 1 no Maracanã. O troféu do Campeonato Carioca se soma aos do Campeonato Brasileiro de 2020 e da Supercopa do Brasil de 2021 entre conquistados sob o comando do treinador.

Assim, o Flamengo conquistou três dos cinco torneios que disputou com Ceni, que participou das eliminações na Copa do Brasil e na Copa Libertadores de 2020, em suas primeiras semanas no Ninho do Urubu. Por mais que as conquistas estejam acontecendo, o desempenho do time, especialmente na parte defensiva, faz com que o trabalho do comandante seja questionado.

Abaixo, o LANCE! traz um balanço do planejamento do Flamengo no Carioca, desde o começo com os Garotos do Ninho os problemas defensivos do time, e também sobre os seis meses de Rogério Ceni no comando do Rubro-Negro.

CONFIANÇA DEVOLVIDA PARA VITINHO E MICHAEL

Se os principais nomes da conquista do Brasileirão só passaram a atuar na sétima rodada do Estadual, houve atletas do grupo profissional que anteciparam as férias e logo encorparam o time Sub-20. Vitinho, Michael e Hugo Souza foram os nomes mais emblemáticos e, no caso dos atacantes, o resultado foi positivo, com ambos fazendo um bom início de temporada.

Questionados pelos desempenhos ao longo de 2020, em especial Michael, que fez uma primeira temporada ruim pelo Flamengo após chegar do Goiás com grande expectativa, os dois estão entre os nomes de ataque mais eficientes em 2021. Vitinho tem cinco gols e duas assistências, enquanto Michael já marcou dois gols e deu seis passes decisivos, sendo o maior garçom do Fla neste ano.

PROBLEMAS DEFENSIVOS SE REPETEM

Nos 37 jogos que Rogério Ceni esteve na área técnica, o Flamengo marcou 78 gols e sofreu 47. A bola aérea é uma fragilidade do time desde antes da chegada do técnico, e segue assim até hoje. Os ajustes feitos no Ninho do Urubu, nos seis meses de trabalho, não foram suficientes, e o Rubro-Negro sofreu gols com origem em escanteio em oito dos 15 jogos disputados com o grupo principal nesta temporada, entre Supercopa, Carioca e Libertadores.

Os gols sofridos na semana que antecedeu a finalíssima foram assim, contra a LDU, no empate em 2 a 2 pela Libertadores, e no 1 a 1 com o Tricolor no primeiro jogo da decisão do Carioca, o que faz o técnico admitir o problema.

POUCOS TESTES PARA VARIAÇÕES TÁTICAS

As 11 rodadas da fase de grupos do Estadual não foram utilizadas por Ceni para testar novos sistemas de jogo. Como uma das equipes a serem batidas no cenário nacional e sul-americano, ter variações táticas para enfrentar adversários fortes e bem preparados pode ser decisivo ao longo da temporada.

Nem mesmo Pedro e Gabriel Barbosa tiveram muitos minutos juntos em campo ao longo do Carioca. Jogaram em três partidas: 25 minutos contra o Fluminense (1 a 1 na ida da final), 90 minutos contra o Volta Redonda (4 a 1 na semifinal) e outros 71 minutos contra o Voltaço (2 a 1 na fase de grupos).

ACERTOS, TÍTULOS E APOIO DO ELENCO

Em seis meses, Rogério Ceni já colocou seu nome na história do Flamengo. Conquistou os históricos bicampeonatos do Brasileirão e da Supercopa do Brasil e o tri do Carioca. Na gestão de um grupo qualificado, o técnico tem méritos em encontrar soluções, como trazer Arão para a defesa em meio às fases ruins e lesões de nomes da posição, e dar espaço a um meio de campo com quatro potenciais camisas 10: Diego, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta.

A relação com os jogadores é positiva, com líderes do elenco, como Willian Arão, Diego e Gabriel Barbosa, ressaltando o trabalho do técnico no Ninho.

A fragilidade defensiva, especialmente na bola aérea, se coloca como o "calcanhar de Aquiles" do trabalho de Rogério Ceni. A equipe sofre gols em quase todas as partidas, o que pode dificultar muito a missão do Flamengo nas competições em mata-mata, como o próprio treinador já falou em entrevistas.