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Sonho de Seleção, adaptação no México e reencontro com a felicidade: Dória abre o jogo ao L!

15/11/2019 07h30

Dória é um dos principais destaques do futebol mexicano na atual temporada. Mesmo estando longe dos holofotes no Brasil, o zagueiro é figura conhecida no país latino e uma das lideranças do Santos Laguna, líder isolado do Apertura, o Campeonato Mexicano. Com três gols marcados e liderando a liga em chutes travados, com 23 ao todo, o brasileiro reencontrou as boas atuações.

O caminho para chegar até o Santos Laguna, porém, foi marcado por percalços. Dória saiu do Botafogo em 2014 como um dos defensores mais promissores da geração, mas não se firmou no Olympique de Marselha-FRA, clube que se transferiu. Por lá, acumulou empréstimos para São Paulo, Granada-ESP e Malatyaspor-TUR. No México, porém, reencontrou a boa fase dos tempos do Alvinegro. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o zagueiro falou do momento vivido na equipe.

- Eu encontrei alegria muito pelo clube. As pessoas apostam em mim, confiam no meu trabalho. Quando cheguei na Europa teve aquele problema de não dar sequência nos jogos como eu vinha fazendo no Brasil. Foi ruim ser emprestado muitas vezes, porque você não cria uma identidade com o clube. Aqui estou tranquilo para trabalhar. Tenho boa relação com todos, dois anos de contrato, minha família está bem. Não tem como fazer outra coisa a não ser jogar futebol e não ficar feliz, todos me tratam super bem e isso é gratificante - afirmou.

Dória atuou e foi titular em 16 das 17 partidas do Santos Laguna no Apertura. No clube desde a metade da última temporada, a adaptação nos Guerreiros não demorou a acontecer. Para o zagueiro, o objetivo de vestir a camisa da Seleção Brasileira acontecerá de uma forma natural caso as boas atuações continuem acontecendo no México. O jogador de 25 anos faz questão de dizer que estará pronto quando a chance aparecer.

- Seleção é uma consequência daquilo que você faz no clube. Independente de qual país e equipe que você estiver jogando, tem que estar com a cabeça tranquila. Estou muito feliz aqui, buscando fazer o meu melhor para ajudar o Santos e, se Deus quiser, se pintar uma brecha estarei preparado. Vou continuar ajudando meu clube a buscar títulos e dar o meu melhor a cada jogo para, quando surgir a oportunidade, dar conta do recado - analisou.

Se olhar para o passado, Dória garante que não faria nada de diferente. Apesar dos problemas vividos na França, o zagueiro afirmou que seu foco ficou sempre dentro de campo e que ele nunca pensou em superar a situação de uma forma polêmica. O brasileiro disse que, se pudesse voltar no tempo, não mudaria sua trajetória, já que o momento que vive atualmente é uma consequência daquilo que viveu durante a carreira.

- É difícil falar assim, porque muitas das coisas que aconteceram na minha chegada ao Marselha foram extracampo, eu não tive como influenciar. Acho que não faria nada diferente. Em alguns momentos eu podia ter me metido em algumas situações por meio da imprensa, mas isso não seria da minha índole. Sofri de chegar lá e não ter oportunidade, mas sempre trabalhei. Por isso, eu coloco minha cabeça no travesseiro tranquila porque fiz meu melhor nos dias de treinamento, meus companheiros também pediam que eu jogasse, foi uma coisa extracampo essa situação de treinador. Eu acabei sofrendo. O trabalho paga, as coisas que estou colhendo hoje em dia fazem parte do que aprendi antes, não se meter em briga, não participar de polêmicas pela fala. Hoje, estou mais experiente e as coisas estão indo super bem aqui no Santos - admitiu.

BATE-BOLA COM DÓRIA

Por que acha que a Liga Mexicana tem crescido tanto?

- Muita gente da Europa julga a Liga do México sem conhecer. Realmente, antes de vir para cá, eu não conhecia tanto. Tiveram vários amigos que joguei junto na Europa durante a carreira que vieram para cá e me interessei mais e tem muito jogador de qualidade. São atletas que gostam de jogar com a bola no pé, é muito parecido com o brasileiro. As pessoas tinham que olhar um pouco mais para cá, praticamente todos os jogadores do time do Monterrey e do Tigres jogaram na Europa. É uma liga atrativa, também tem atletas de seleção. É um futebol técnico, bom de assistir.

Na temporada passada, o Santos também fez boa campanha, mas foi eliminado na primeira fase do mata-mata. O que fazer de diferente agora?

- A Liguilla (fase mata-mata do Mexicano) é totalmente diferente, não tem direito de jogar mal. No campeonato você faz um jogo ou outro mal, pode deixar alguns pontos para trás, mas na Liguilla não dá. Tem que jogar na inteligência, são dois jogos, é como se fosse um campeonato à parte. Nosso time era jovem, estava se reestruturando, muita gente nova se conhecendo. Agora estamos mais preparados, já nos conhecemos mais, nos damos bem. Temos que estar focados, é pensar 24 horas nesse mata-mata. Pelo trabalho que vemos apresentando, acho que vamos conseguir coisas maiores do que na temporada passada.