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Renato reforça idolatria com missão cumprida de resgatar Grêmio da Série B

Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, em jogo contra o Náutico pela Série B do Brasileirão - MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, em jogo contra o Náutico pela Série B do Brasileirão Imagem: MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/10/2022 17h54

Cada vez mais ídolo. Assim está a relação de Renato Gaúcho com o Grêmio. Não bastasse tudo que fez como atleta, com a conquista do Mundial de 1983, ou mesmo o que já tinha feito como treinador, com o fim do jejum de títulos e a sequência vitoriosa desde 2016, agora ele foi chamado com objetivo de resgatar o clube de seu coração do inferno da Série B, e atingiu a meta. Na elite novamente, Portaluppi coloca mais um ato na construção da maior idolatria azul, branca e preta.

"É o clube do meu coração", avisou Renato repetidas vezes na atual passagem. "Fui chamado para colocar o Grêmio na Série A", repetiu sem qualquer dúvida. Várias vezes.

Mas o caminho não foi fácil. Assumindo um time que começava a despertar dúvidas, ele teve aproveitamento no máximo regular, encontrou problemas fora de casa e viu acontecer o que tinha previsto. "Vamos subir, mas vai ser com sofrimento", disse. De fato, foi.

Sucesso em casa, insucesso fora

Renato Gaúcho e jogadores do Grêmio aplaudem torcida na Arena - Lucas Uebel/Gremio FBPA - Lucas Uebel/Gremio FBPA
Imagem: Lucas Uebel/Gremio FBPA

A trajetória de Renato foi marcada por sucesso absoluto em casa. O primeiro objetivo da chegada foi 'acalmar o ambiente' que já estava tenso junto aos torcedores. Roger vinha sendo cobrado, jogadores eram criticados e xingados antes mesmo dos jogos. Com Portaluppi, tudo se acalmou. "Eu peço para o torcedor abraçar o time, juntos nós somos mais fortes e vamos conseguir o acesso para Série A", disse em sua chegada.

Não há hipótese em que a torcida gremista não atenda Renato. Dessa vez não foi diferente. Na estreia dele, contra o Vasco, o que se viu já foi a substituição das vaias pelos aplausos. Até mesmo os mais distantes da preferência do público, como Thiago Santos, ganharam algum crédito.

Ainda que não tão perto do rendimento ideal, os resultados aconteceram. Como local, o Grêmio bateu Vasco, Sport e CSA na 'era Renato'. O jogo contra o Bahia, que terminou empatado, foi o único sem vitória na Arena.

Só que quando precisou viajar, os resultados não acompanharam. Portaluppi foi regente nas derrotas para Novorizontino e Sampaio Corrêa, e no empate com o Londrina. Quis o destino que o acesso acontecesse fora, um problema que acompanhou o time ao longo do ano. A vitória em Recife sobre o Náutico sacramentou a vaga na elite.

Missão dada, missão cumprida

Renato Gaúcho observa jogadores durante Grêmio x Bahia, jogo da Série B - Pedro H. Tesch/AGIF - Pedro H. Tesch/AGIF
Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Renato não fez o Grêmio começar a jogar bem, não teve sequer aproveitamento muito superior a seu antecessor, Roger Machado, ou mesmo empilhou grandes feitos. Porém, ficará marcado como treinador que recolocou o Tricolor na elite.

Sua relação com os aficionados ficou ainda mais forte com a conclusão da missão apresentada. Foi chamado para estabilizar o ambiente e garantir a vaga, atingiu a meta. No imaginário da torcida está ainda mais forte a presença do técnico que alcança os objetivos propostos com a mesma facilidade que passou pela zaga do Hamburgo no gol que significou o título de 83.

Para 2023

Não importa muito para a torcida a suposta insubordinação nos bastidores ou o costume de 'controlar todos os aspectos do clube' que ecoa nos bastidores sobre Portaluppi. Para o povo gremista, sua permanência no ano que vem simbolizaria começar a temporada com um comandante que conhece o clube, que já ganhou muito com essa camisa, e que serve como proteção para o ambiente em um processo de reformulação que pode ser demorado.

Ainda mais ídolo, Renato já fez muita coisa. Foi campeão jogando, encerrou jejum, acabou com a hegemonia do Inter, alfinetou e peitou rivais, e agora voltou para resgatar seu clube, para salvar o time que torce do vexatório campeonato da segunda divisão. E conseguiu, de novo.

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