Topo

Santos

Choro em bar e vergonha de sair: a dor de Baptistão até se firmar no Santos

Léo Baptistão, do Santos, comemora gol contra o Red Bull Bragantino no Brasileirão - Reprodução/Santos FC
Léo Baptistão, do Santos, comemora gol contra o Red Bull Bragantino no Brasileirão Imagem: Reprodução/Santos FC

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

21/06/2022 11h42

Léo Baptistão foi o principal reforço do Santos em 2021. O atacante, santista de coração, recusou propostas maiores para reforçar o Peixe, vestir a camisa 9 e receber as boas-vindas de Neymar no anúncio oficial. Os primeiros meses, porém, foram bem aquém do esperado.

Com passagens por Rayo Vallecano, Atlético de Madrid, Betis e Espanyol, na Espanha, e há mais de dois anos no Wuhan, da China, Baptistão teve dificuldade para se readaptar ao futebol brasileiro. Ele foi para o exterior em 2009, com apenas 16 anos. E retornou com 29.

O atacante só jogou sete vezes em 2021 até ter uma grave lesão na panturrilha. Ele voltou na última partida do Campeonato Brasileiro, contra o Cuiabá na Vila Belmiro, e foi vaiado por quase todo o estádio.

"Cheguei em um momento difícil aqui no Santos, peguei alguns jogos, tentei dar meu máximo e me machuquei. Voltei contra o Cuiabá, que era o jogo em que a gente já estava sossegado, mas também podia pegar Libertadores. Estádio caiu em cima de mim, fui para o vestiário mal e fiquei com aquilo na cabeça", disse Baptistão, ao "Santos Cast", o podcast oficial do Santos.

Para esquecer 2021, Léo Baptistão focou na pré-temporada para estar 100% fisicamente e deslanchar. Com a renovação de Marcos Leonardo, ele trocou a camisa 9 pela 92 para tirar um pouco do peso das suas costas. Os primeiros jogos neste ano, porém, foram novamente ruins.

Chateado, Baptistão evitou sair de casa, sentiu vergonha e acabou chorando com dois amigos em um bar de Santos.

"Começou Paulista e também não fui bem, senti a panturrilha um pouco e fiquei fora uns jogos. Meus amigos: 'Cadê tu? A gente te via mais quando estava na China'. A minha esposa queria sair para jantar e eu tinha vergonha de ver meus amigos por estar no Santos, não estar rendendo e vinha todo mundo no estádio. Me viram sendo vaiado contra o Cuiabá e foi algo que mexeu muito comigo", contou o atacante.

"Chamei dois amigos mais próximos em uma segunda-feira. Fomos para um bar e peguei uma cerveja para desabafar. Comecei a chorar com eles, falando que não sabia o que estava acontecendo e que não estava conseguindo render. Eles falaram para relaxar e dar a volta por cima. A partir daí comecei a me ligar que a vida é muito mais que isso. Comecei a tirar esse peso de cima de mim e de querer triunfar no Santos. Minha esposa me ajudou muito, meu pai e minha família. Fui para casa, comecei a treinar de novo, voltei e me recuperei. Quando tive oportunidade, fiz um bom jogo na Sul-Americana, gol contra a Ferroviária e tirei um caminhão das costas. Comecei a deslanchar", completou.

Melhor adaptado e mais leve, Léo Baptistão de fato deslanchou. Se tornou titular absoluto sob o comando de Fabián Bustos e soma seis gols e três assistências em 20 jogos no ano. Contratado como centroavante, ele se firmou pelo lado direito do ataque, onde prefere atuar.

Após dar a volta por cima, Baptistão é uma das esperanças do Santos para o clássico contra o Corinthians amanhã (22), na Neo Química Arena, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

O Peixe terá dois duelos seguidos com o rival fora de casa. Quarta-feira, às 21h30, pela Copa do Brasil, e sábado, às 19h, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo de volta pela Copa do Brasil na Vila Belmiro está marcado para 13 de julho.

Santos