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Alex diz que apelido de "Alexotan' o incomodava: 'Era pesadíssimo'

Alex, com Paulo Nunes atrás, em jogo da Libertadores de 1999 - Sebastian Perez REUTERS
Alex, com Paulo Nunes atrás, em jogo da Libertadores de 1999 Imagem: Sebastian Perez REUTERS

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/04/2022 12h18

Treinador do sub-20 do São Paulo, Alex falou sobre o apelido 'Alexotan', que marcou o início da carreira como jogador, nas passagens pelo Coritiba e pelo Palmeiras. O ex-meia admitiu que a alcunha — formada da junção de seu nome com o de um medicamento que ajuda com o sono, uma crítica ao ritmo com que ele jogava —, era um grande peso para ele.

"Por muitos anos, eu ouvi aquela história de 'Ah, o Alex não corre. Alexotan'. Nunca me perguntaram como eu me sentia ouvindo isso. Eu vou contar? No começo, no Coritiba, eu achava legal, porque, de fato, eu não precisava correr. Eu fazia a bola correr, a gente ganhava os jogos e todo mundo ficava feliz. Só que quando o time perdia transformavam essa "piada" num achincalhe, numa destruição pessoal, como se eu fosse um palhaço de plástico na quermesse e não um ser humano, um garoto de 17 anos. Era muito agressivo", disse o jogador em entrevista ao site "The Players' Tribune".

"Tudo bem discutir as minhas características de jogador, maneiras de eu ser mais participativo em campo, menos irregular. Ok, sem problema. Mas raramente a proposta era essa. A intenção era fazer graça, detonar, lacrar, como se diz hoje. Subir pisando na cabeça do outro. E não vou mentir: era pesado pra mim, pesadíssimo", acrescentou Alex.

O ex-meia ainda disse que a leitura o ajudou a lidar melhor com o rótulo de jogador lento. Alex também contou como a ida ao Palmeiras o fez perceber que precisava mudar a forma de atuar, buscando participar mais dos jogos

"Aprendi a lidar melhor com isso jogando, jogando e jogando. E também lendo e me interessando por outras coisas, pelo mundo, pelas pessoas. O primeiro cara que me apontou o dedo e disse "se você continuar jogando assim vai parar por aqui" foi o Zinho, no Palmeiras. De cara eu fiquei bravo, discuti com ele, briguei. Mas logo entendi. Eu precisava mudar a minha maneira de jogar porque, no Palmeiras, o nível era mais alto. A competição interna era mais forte, os jogos e os adversários eram mais duros, e se eu quisesse fazer parte e evoluir teria que atuar diferente, participar mais do jogo", declarou.

"Então eu mudei. Mas a história de 'Ah, o Alex não corre, o Alexotan', desde que me aposentei transformada em 'Ah, o Alex não corria, o Alexotan', continua até hoje, pesada como sempre. Sou uma pessoa tímida, introvertida. E essa característica me fazia dar peso demais para as coisas ruins que vinham de fora. O que me ajudou nessa parte foi a leitura", finalizou.