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O que a seleção tem para mostrar contra a Bolívia sem Neymar e Vini Jr

Tite usa tela para dar instruções aos jogadores da seleção na Granja Comary - Lucas Figueiredo/CBF
Tite usa tela para dar instruções aos jogadores da seleção na Granja Comary Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

29/03/2022 04h00

Classificação e Jogos

Os dois principais astros da seleção brasileira atualmente — Neymar e Vini Jr. — estarão bem longe de La Paz, onde o Brasil enfrenta a Bolívia, hoje (29), às 20h30 (de Brasília), pelas Eliminatórias da Copa. Com ambos suspensos, o que é de interessante na equipe de Tite, então, e o que ela tem para mostrar? O jogo fica ainda mais imprevisível por ser disputado na altitude de 3.600 metros.

Sem a dupla de protagonistas, o duelo diante dos bolivianos vale como uma oportunidade de afirmação para alguns que viraram coadjuvantes e passaram a ter papel secundário na seleção: Coutinho e Richarlison. Olhando para a formação do ataque, os dois são os substitutos de Vini e Neymar, unindo-se a Paquetá e Antony. Coutinho atuará pela ponta esquerda, enquanto o Pombo será o centroavante. A comissão técnica quer dar mais minutos aos dois, já que, em um passado recente, ambos tiveram a continuidade prejudicada por lesões.

Desde janeiro, Coutinho vem numa crescente com a camisa da seleção brasileira e no Aston Villa. Pelos treinos da semana, o meia terá papel crucial na articulação porque será responsável pelo movimento de flutuação da esquerda para o meio, com objetivo de se aproximar de Paquetá, enquanto Richarlison e Antony atacam os espaços em profundidade.

Sem Neymar, Coutinho, inclusive, vira o responsável pelas bolas paradas da seleção. Em um jogo na altitude, no qual o ar rarefeito muda a velocidade da bola, essa função ganha relevância.

"[O jogo] Tem influência em termos estratégicos daquilo que a gente pode retirar de melhor da equipe em cima das adversidades, do adversário, da altitude, de uma série de resultados que não tivemos lá historicamente contra a Bolívia, de finalizações de média distância e da bola parada, porque a velocidade da bola por não ter pressão do ar tal qual continua com velocidade. É uma série de aspectos importantes que a gente leva em consideração estrategicamente", disse o técnico Tite, que fez os jogadores arriscarem chutes da intermediária no treino de ontem (28), ainda na Granja Comary.

Jogadores da seleção brasileira durante treino na Granja Comary - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Jogadores da seleção brasileira durante treino na Granja Comary
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Em menor escala, outro coadjuvante de respeito que terá chance é Fabinho. O substituto imediato de Casemiro tem ganhado mais minutos na seleção desde o ano passado. Ele fez grande jogo contra a Argentina, em San Juan. É importante tê-lo integrado ao time, pelo risco de que o titular — a exemplo do que aconteceu na Copa 2018 — fique suspenso de alguma partida no Qatar.

O lateral-esquerdo Alex Telles foi bem avaliado contra o Paraguai e terá nova oportunidade. Ele também participa das bolas paradas ao lado de Coutinho. A mesma brecha para mostrar serviço será dada a Bruno Guimarães, que terá a missão não só de alinhar-se a Fabinho na fase defensiva, mas também dar um passo adiante, como articulador, para o trabalho na transição para o ataque.

Repertório em condições adversas

Tite já avisou que o Brasil não terá contra a Bolívia a recomposição e a compactação do jogo demonstrada em exibições anteriores. A altitude mina a capacidade física dos jogadores para esses movimentos mais intensos. Por isso, treinou algumas alternativas de saídas de jogo com bolas mais longas, uma inversão de Militão para Antony, por exemplo, e o avanço dos laterais tendo o suporte dos meias, como Paquetá.

"Que o balão de oxigênio não seja nossa maior força, mas que a gente saiba também estrategicamente suplantar a falta de ar, vamos colocar dessa forma", disse Tite.

Embora ainda falte o jogo contra a Argentina, que deve ser em junho, a sensação é de um fechamento das Eliminatórias por parte do Brasil. A despedida da torcida brasileira, inclusive, foi no jogo passado, contra o Chile, no Maracanã.

Vencer a Bolívia, inclusive, dará ao Brasil o primeiro lugar do ranking da Fifa, logo na semana que antecede o sorteio dos grupos da Copa 2022. Isso não muda a condição de cabeça de chave, mas acrescenta responsabilidade na preparação ao longo do ano do Mundial.

FICHA TÉCNICA:

BOLÍVIA x BRASIL
Competição
: Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, 18ª rodada
Local: estádio Hernando Siles, em La Paz (BOL)
Data/hora: 29 de março de 2022, terça-feira, às 20h30 (de Brasília)
Árbitro: Eber Aquino (Paraguai)
Assistentes: Eduardo Cardoso e MIlciades Saldivar (ambos do Paraguai)
VAR: Leodan González (Uruguai)

BOLÍVIA: Viscarra, Enoumba, Carrasco, Quinteros, Sagredo e Fernández; Gonzales, Villarroel, Henry Vaca e Rairo Vaca; Marcelo Moreno. Técnico: César Farías.

BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Éder Militão e Alex Telles; Fabinho e Bruno Guimarães; Antony, Paquetá e Coutinho; Richarlison. Técnico: Tite.

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