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Como Ceni juntou útil ao agradável para pôr SPFC em nova final do Paulistão

João Moreira abraça Rogerio Ceni, na partida entre São Paulo e São Bernardo - Getty Images
João Moreira abraça Rogerio Ceni, na partida entre São Paulo e São Bernardo Imagem: Getty Images

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

28/03/2022 04h00

Campeão estadual em 2021 com Hernán Crespo, o São Paulo está novamente na final do Campeonato Paulista. No início da temporada, era difícil prever o sucesso do time diante das declarações do técnico Rogério Ceni.

Ceni sempre manifestou compreensão sobre a dificuldade financeira atual do Tricolor, mas pediu reforços para o time ser competitivo. O goleiro Jandrei, o lateral-direito Rafinha, o volante Andrés Colorado e os meias Patrick, Alisson e Nikão chegaram, porém, o treinador queria mais - principalmente um atacante de velocidade.

Sem essas soluções planejadas, Rogério Ceni se virou e encontrou equilíbrio em um time recheado de garotos de Cotia. Jandrei, Rafinha e Alisson são titulares, enquanto Colorado, Patrick e Nikão são opções no banco. Mas os destaques mesmo são os mais jovens.

Na defesa, Jandrei e Rafinha se juntaram aos jovens Diego Costa e Wellington, além de Léo Pelé. No meio-campo, a equipe encaixou com Pablo Maia, Rodrigo Nestor e Igor Gomes, três da base, e Alisson. No ataque, o experiente Eder reapareceu ao lado de Calleri. Foi esse o time que venceu o Corinthians por 2 a 1, ontem (27), no Morumbi, para chegar na final do Paulistão.

Na entrevista coletiva depois da classificação para a decisão, Ceni analisou essas "soluções caseiras" e elogiou a junção do útil ao agradável: time competitivo e possibilidade de negociar parte desses talentos para trazer dinheiro ao clube.

"Eu acho que somos competitivos, sim. A diferença entre o Fortaleza e o São Paulo é que o time do Fortaleza [um dos clubes que Ceni trabalhou] não tinha dinheiro, mas tinha poucas dívidas. Hoje, temos no São Paulo um time sem dinheiro para contratações de expressão. Quem veio foi em fim de contrato ou jogadores que o São Paulo só pagou salário", disse o treinador.

"O São Paulo tem muita dívida. A única maneira de resolver isso é lançando muitos jovens, que vão nos deixar no futuro, mas fazendo com que o clube entre num trilho de mais organização, dívidas menores, como estão se esforçando. Mas é difícil. Alguns jogadores que queríamos não conseguimos trazer. É muito mérito dos jogadores o que estão fazendo dentro de campo. A única maneira de vencer o Corinthians era dessa maneira. Em talento, nome, experiência, eles tinham mais que o São Paulo", acrescentou.

O São Paulo recheado de jovens de Cotia agora terá um desafio ainda maior: enfrentar o Palmeiras de Abel Ferreira. As finais devem ser realizadas na quarta-feira (30), no Morumbi, e domingo (3/4), no Allianz Parque.

Para diminuir a responsabilidade dos garotos, Rogério Ceni afirmou que o Verdão é favorito para a final.

"Vamos tentar competir como sempre fizemos. Chegamos até aqui e vamos brigar com todas as forças. Em campo nos resta competir com uma equipe que acabou de chegar do Mundial. Nada mais do que o normal ser considerada favorita", falou o treinador.

Campeão de duas Libertadores, uma Recopa e uma Copa do Brasil, Abel Ferreira ainda não conquistou o Campeonato Paulista pelo Palmeiras — inclusive, foi superado pelo Tricolor na decisão de 2021.

Multicampeão como jogador, Rogério Ceni busca seu primeiro título como técnico do São Paulo.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado na legenda da foto, o jogador com Rogério Ceni é João Moreira, e não o Pablo Maia. O erro foi corrigido.

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