Paulo Sousa busca melhorias no Fla e quer mais eficácia do setor ofensivo
O Flamengo tem um dos ataques mais poderosos do Brasil, com nomes como Gabigol, Pedro e Bruno Henrique à disposição. Porém, enquanto busca implementar nova filosofia de trabalho junto ao elenco rubro-negro, o técnico Paulo Sousa identificou alguns pontos a serem melhorados e citou que o time tem de ter "fome para fazer gol".
De fato, no Campeonato Carioca até aqui, desde que o português assumiu o comando do time, a equipe deixou pontos para trás em partidas em que o Fla teve mais posse de bola e finalizações, mas as investidas não foram convertidas em gol.
Paulo Sousa fez a estreia à beira do gramado na terceira rodada, contra o Boavista. De lá para cá, o Rubro-Negro não saiu de campo vencedor em três oportunidades, contra Fluminense, Resende e Atlético-MG, pela Supercopa do Brasil.
Na derrota para o Flu, segundo o site especializado em estatísticas Footstats, foram 61,5% de posse de bola e 12 finalizações, sendo seis certas, contra nove do adversário (três certas). Já contra o Resende, foram 57.1% de posse e 34 finalizações (11 certas), ante oito chutes (seis certos) do rival.
As chances desperdiçadas no último domingo (27/02), no empate com o Resende, inclusive, renderam vaias da torcida, e até provocação a Gabigol, que respondeu e depois disse se tratar de uma 'DR' (discussão de relação).
"Repetição, a nível técnico. E procuramos, mesmo quando temos jogo no meio da semana, ter momentos para podermos ter um volume de trabalho de finalização. Uma das coisas que nos faltou bastante na primeira etapa: eles fizeram marcação individual, e ficamos estáticos. A entrada do Arrascaeta nos deu mais mobilidade e criou espaços para termos mais profundidade. Repito o que disse nas outras vezes: precisamos ter uma melhor mentalidade. Precisamos de fome para fazer gol. Precisamos crescer, e vamos trabalhar em cima dessa agressividade e mentalidade certas", disse Paulo Sousa.
Sousa não esconde a insatisfação com tal quesito e em mais de uma oportunidade apontou isso, mesmo nas vitórias, como foi após o clássico com o Botafogo, em que o time da Gávea triunfou por 3 a 1.
"Tivemos boa qualidade no jogo, conseguimos ir por fora quando o adversário nos fechou por dentro. Pudemos dar verticalidade. A mobilidade dos três [jogadores] da frente foi extraordinária. Temos de melhorar na eficácia, como sempre. Poderíamos ter o controle do jogo já no primeiro tempo", ressaltou.
A outra vez em que o Fla não venceu foi na final da Supercopa do Brasil, em que perdeu nos pênaltis para o Atlético-MG, após o empate em 2 a 2 no tempo regulamentar. Neste caso, porém, o cenário foi um pouco diferente, com 43% de posse, segundo o Sofascore, 17 finalizações (três certas), contra 27 (sete certas). O site aponta ainda três "grandes chances perdidas" pelo Rubro-Negro.
Às vésperas da briga pelo título, Paulo Sousa havia apontado que o time da Gávea ainda está em meio a um novo processo de trabalho.
"Com dois treinadores novos, recém-chegados, mas em momentos diferentes. O Atlético fez uma temporada extraordinária ganhando praticamente tudo. Ou seja, motivados como uma equipe-base. Penso que meu colega vai dar continuidade a estes mesmos processos de vitória dentro do elenco dele. Nós iniciamos um processo completamente novo onde estamos crescendo bastante. Tenho vindo a repetir e a agradecer publicamente ao elenco pela forma que nos recebeu desde o primeiro dia. A forma como estão atentos, de como querem evoluir e de querem se superar dentro daquilo que estamos pedindo", afirmou, na ocasião.
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