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OPINIÃO

Alicia: Equiparação em valores para futebol feminino nos EUA é histórica

Do UOL, em São Paulo

22/02/2022 14h03

Um grupo de jogadoras e a US Soccer, a federação de futebol dos Estados Unidos, chegaram a um acordo para que as atletas da seleção feminina do país recebam o mesmo valor que a seleção masculina, após um longo processo de luta das atletas pela equiparação dos pagamentos.

No UOL News Esporte, Alicia Klein afirma que o acordo anunciado em conjunto é histórico não apenas no esporte, mas também na luta pela desigualdade de condições na sociedade.

"É histórico, é maravilhoso. A gente fala muito nesse avanço para a gente tentar fechar esse enorme buraco que existe entre o que as mulheres recebem e os homens recebem, que não é privilégio do esporte, como a gente sabe, o esporte é só um reflexo da sociedade, a gente vive isso em todos os setores e o que as jogadoras americanas fizeram e hoje inspiram várias outras ações pelo mundo", diz Alicia.

"Força a federação a olhar para uma questão não só de olhar para o passado e admitir, porque esse pagamento é um reconhecimento de que esse gap existia, que existia essa disparidade, mas é corrigi-lo para a frente", completa.

A jornalista afirma que a decisão poderá fazer com que a Fifa tenha que repensar também suas premiações em relação ao futebol masculino e o feminino, além de ressaltar que também será necessário o entendimento dos homens, já que para ocorrer a equiparação, o valor pago a eles poderá ser menor que o atual.

"Imagino que fará também a Fifa repensar suas premiações, a diminuir esse buraco, a acabar com a disparidade muito mais rápido, o que isso vai exigir inclusive é um compromisso dos atletas homens, dos jogadores da seleção masculina de futebol, porque eles vão ter que abrir mão de parte da sua premiação da Copa do Mundo. Para igualar as premiações, a federação fazer isso, ela vai ter que fazer com os principais valores, que são muito diferentes que são os dos homens e das mulheres na Copa do Mundo", diz Alicia.

"Eu tenho certeza que vai servir de referência, de jurisprudência e de exemplo para lutas das mulheres não só no esporte, mas em todos os setores para a gente ganhar o que a gente merece, que é a mesma coisa", conclui.