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Santos: Edu Dracena vê respeito maior no vestiário: "Sei as malandragens"

Edu Dracena, executivo de futebol do Santos - Ivan Storti/Santos FC
Edu Dracena, executivo de futebol do Santos Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Eder Traskini e Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

08/02/2022 04h00

Executivo de futebol do Santos desde outubro de 2021, Edu Dracena entende que o respeito é maior no vestiário quando o diretor é ex-jogador de sucesso.

O Peixe teve vários dirigentes de passagens rápidas pelo maior cargo no departamento de futebol nos últimos anos. Foram os casos de Gustavo Vieira de Oliveira, William Machado, Ricardo Gomes, Paulo Autuori, William Thomas, Felipe Ximenes, Jorge Andrade e André Mazzuco.

Com o risco de rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, o presidente Andres Rueda trouxe Edu Dracena com carta branca em busca da reação. E o Santos terminou a competição no décimo lugar.

A ideia do presidente foi escolher alguém identificado com o clube e capaz de chacoalhar o vestiário. Edu foi capitão e multicampeão pelo Santos e era assessor técnico do Palmeiras.

"Uma coisa é eu falar para um atleta para fazer isso ou aquilo. Outra é um diretor... Jogador vai falar: 'Pera aí, nunca chutou uma bola'. E jogadores são folgados mesmo. Vejo o respeito que eles têm por mim pelo que eu fiz. Ganhar títulos e jogar em clubes grandes. Eu dediquei minha vida para ter essa história. Eles olham com outros olhos, sim, mas eu tenho também essa moral de cobrá-los", disse Edu, em entrevista ao UOL Esporte.

Para o chefe do futebol do Santos, a maior responsabilidade é prometer e cumprir.

"Eu sei o que estão pensando, estive do outro lado e falo isso para eles. Já chorei e sorri como atleta. Um diretor falava uma coisa e não cumpria e já era. Tudo que eu queria escutar como jogador eu farei como diretor. Se eu tiver condição, pagarei o salário no primeiro dia. Se eu não tiver, serei o primeiro a falar: 'Olha aqui, o clube está com dificuldade, não temos condição de pagar o salário e não vou prometer data'. Se eu prometo, tenho que cumprir. Se o elenco perder confiança na diretoria, esquece. Eu sei de todas essas malandragens de vestiário. E para entrar no vestiário, preciso ter respeito. E facilita porque fui jogador", explicou.

Edu Dracena sabe do histórico recente de diretores com pouco tempo de clube, mas não promete longevidade. A promessa é fazer diferente.

"Eu não sei te afirmar o tempo que ficarei no clube, mas posso afirmar que vim fazer diferença. O presidente não teria me trazido se não fosse assim. Tudo que eu aprendi ao longo da minha carreira como atleta, com mais de 20 anos, e depois como dirigente por um tempo, eu passarei para eles no Santos. E por mais que eu tenha essa carta branca, eu me reporto a ele. O presidente Rueda é o presidente do clube e eu não farei o que o clube não goste. Eu divido meus pensamentos com o meu gerente, o Guilherme Lipi, e também o presidente. Se não puder fazer, eu entenderei o momento do clube. Sei da dificuldade, não posso sonhar. Gostaria de mexer em muitas coisas, principalmente na estrutura. É boa, mas parou no tempo e temos que evoluir. Se eu não posso fazer agora, tenho que fazer daqui a pouco. É questão de diálogo, o diálogo com o presidente é muito bom e o entrosamento é bacana. Nos falamos diariamente várias vezes em prol do clube", concluiu Dracena.

A intenção de Andres Rueda é ter Edu Dracena como executivo de futebol do Santos até o fim da sua gestão, em dezembro de 2023. O presidente garante não haver chance de ser candidato à reeleição.