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Infantino diz que mais Copas ajudam 'imigrantes que cruzam o Mediterrâneo'

Gianni Infantino discursa em assembleia parlamentar do Conselho da Europa - Divulgação/FIFA
Gianni Infantino discursa em assembleia parlamentar do Conselho da Europa Imagem: Divulgação/FIFA

Do UOL, em São Paulo

26/01/2022 13h31

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, relacionou a Copa do Mundo a imigrantes africanos que chegam na Europa pelo Mar Mediterrâneo. Em discurso no Conselho Europeu, o mandatário afirmou que estas pessoas podem ser incluídas por um futebol mais amplo, que envolve mais países.

"Esta discussão não é apenas sobre ter uma Copa do Mundo a cada dois anos, mas sobre o que queremos para o futuro do futebol", começou Infantino, que tem defendido o Mundial a cada dois anos em quase todas as aparições públicas. No discurso, ele apela a um suposto valor emocional da ideia, algo "para além do esporte".

"Temos que pensar o que o futebol traz, o que vai além do esporte. O futebol é sobre oportunidade, esperança, seleções, países, coração e emoções. Não se pode dizer ao resto do mundo 'nos dê seu dinheiro e seus melhores jogadores, mas nos veja pela TV'. Precisamos incluí-los, achar maneiras de incluir o mundo inteiro, dar esperança aos africanos para eles não precisarem cruzar o Mediterrâneo tentando uma vida melhor mas provavelmente morrendo no mar", afirmou (veja no vídeo abaixo, em inglês).

Infantino foi convidado pelo Conselho Europeu para falar sobre a adoção, por parte da Fifa, de práticas que visam a proteger os direitos humanos -assunto importante para uma entidade que neste ano organiza uma Copa do Mundo com denúncias de trabalho escravo no Qatar. No púlpito, o mandatário aproveitou para vender sua ideia de dobrar a frequência da competição.

"O futebol está indo na direção em que alguns têm tudo, e a vasta maioria não tem nada. Na Europa há uma Copa do Mundo a cada duas semanas, porque os melhores jogadores estão jogando aqui, então a Europa não precisa de mais Copas. Mas o restante do mundo e também a maior parte da própria Europa não vê os melhores jogadores, não participa das grandes competições", argumentou.