Topo

Palmeiras

Abel nega que Palmeiras está no auge da temporada e pede "pé no acelerador"

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/11/2021 19h40

As cinco vitórias seguidas no Brasileirão mostram uma melhora do Palmeiras nos últimos jogos. No entanto, depois de superar o Santos por 2 a 0 na Vila Belmiro, hoje (7), o técnico Abel Ferreira disse que o time ainda não atingiu o auge na atual temporada.

Após pedir a palavra para dar os sentimentos aos familiares da Marília Mendonça e cobrar uma mudança na cultura esportiva do país, o comandante pediu que a equipe mantenha alerta. Mesmo com a final da Libertadores contra o Flamengo marcada para o dia 27, Abel quer trabalhar cada partida como se fosse a última.

"Nossa equipe ainda tem muito para trabalhar, para crescer. Desde o treinador aos jogadores, é preciso continuar com o pé no acelerador. Quando se ganha é onde precisamos estar alerta, pois temos foco em nossos objetivos e encarar jogo a jogo como se fosse uma final. Foi isso que os jogadores fizeram hoje. Todos nós temos que melhorar Nos alimentamos de duas formas: de trabalho e de vitórias", declarou.

O treinador também fez uma análise sobre a estratégia que montou para o confronto da 30ª rodada do Brasileirão. Poupando o volante Felipe Melo diante do Peixe, Abel apostou mais em chutes de fora da área e com jogadas começando com lançamentos do goleiro Weverton.

"Eu jogo em função das características dos meus jogadores. O Felipe Melo nos dá algumas coisas, sem ele, buscamos outras. Não posso pedir para um jogador lento ser rápido. O Scarpa ou o Breno na direita são totalmente diferentes. Cabe a mim, pois essa é minha função, escolher e às vezes acerto, às vezes eu erro. No futebol há um adversário, o futebol não é uma ciência exata. A sensação que eu fico é que os jogadores entendem o jogo cada vez melhor, atuando sem bola. A minha função é ensinar aos jogadores o jogo e, depois, cada um ajuda o time com as características que tem", declarou.

Confira os outros trechos da coletiva de Abel Ferreira

Veiga na seleção

Eu gosto muito dos meus jogadores e estamos fechados, ao contrário do que alguns querem dizer. Tudo vem no tempo de Deus. O que ele tem que fazer é dar o melhor de si, ser corajoso com e sem bola e isso é o grande segredo. É o equilíbrio que ele tem sem bola. Ele precisa fazer o que lhe compete, que é jogar nesse nível.

Trio com Dudu, Veiga e Scarpa

Para a bola chegar ao Scarpa, ao Dudu e ao Veiga, tem que ser construída por trás. A equipe não está melhor ou pior por escalar algum deles. Quando o Palmeiras tem todos os jogadores disponíveis, competimos no treino e ficamos fortes para o jogo. Sem a equipe toda, não estamos tão fortes. Vocês gostam muito de individualizar. Eles fizeram um jogo seguro. Uma equipe com compromisso coletivo, que sabe o que fazer, me deixa orgulhoso de ser treinador deles. Pedimos todos os dias para ser muito forte mentalmente, ter confiança e saber o que faz dentro de campo. Vamos ganhar, vamos perder, mas essa é a nossa identidade... Nosso maior adversário está dentro de nós, quando a cabeça deixa o corpo em paz, conseguimos tirar o melhor dos jogadores. Dos que entraram ao que iniciariam, a equipe toda foi muito competitiva.

Rony de centroavante

Eu gosto de centroavantes com três características. A primeira é o Rony, que nós temos: mais de profundidade, com movimento de facão e atacando as costas da defesa. Temos forte de cabeça, que é o Deyverson e temos um jogador muito inteligente que é o Luiz Adriano, joga entre linhas e vem dar apoio, ajudando os colegas. Para mim, o Rony é um avançado que nos ajuda em outras características. Todos já jogaram ou entraram e estão comprometidos com a equipe. O Rony não é o melhor centroavante do mundo e também não sou o melhor técnico, mas queremos melhorar a cada dia. Nos alimentamos de muito trabalho, muitas renúncias e, claro, de vitórias.

Última semana livre para treinar

Nesse momento, vem tudo da cabeça. Não é em um mês agora que vou transformar os jogadores. O jogo seguinte é o mais importante, metendo o pé, correr os riscos e ganhar, se for possível. Isso é um jogo de futebol.

As pessoas não gostam que eu fale a verdade, mas isso é um jogo de futebol. Se queremos mudar a cultura do Brasil, eu tenho que melhorar, a imprensa tem que melhorar, os clubes, a mentalidade dos jogadores e dos dirigentes têm que melhorar. Comportamento gera comportamento. Fico envergonhado quando vejo algumas imagens e pessoas de Portugal me perguntam se quero continuar nesse futebol. O futebol daqui tem muita qualidade, jogadores de muita qualidade, com jogadores espalhados pelo mundo, nas maiores ligas. As pessoas têm que perceber que o Brasil é o país do futebol ou dos jogadores de futebol. Temos que fazer essa reflexão. Isso passa pela cultura esportiva. Passando por mim, primeiro. Temos que melhorar os nossos comportamentos. A imprensa tem que perceber quais tipos de programa quer passar. Se eu semeio o ódio e a violência, espero do outro lado o quê? Amor, carinho e respeito ao adversário? Não! Tem que saber ganhar e perder. Gosto de aprender, olhar para meus erros e evoluir, mesmo que às vezes caiam na minha cabeça. Todos tem uma responsabilidade muito grande para ver qual mensagem passar do futebol brasileiro. Garanto que esse é o país dos jogadores de futebol, digo com a certeza dos estudos e dos meus olhos.

Como trabalhar até a final da Libertadores

Nossa mentalidade é jogo a jogo, Preparar o próximo jogo para tentar vencer. Temos duas opções pelo lado direito e vamos ver qual nos serve, ver entre Mayke e Menino quem estará mais competitivo ou ainda outro. Nós temos que nos preparar para cada treino, a cada jogo. Os jogadores do Palmeiras se alimentam de muitos trabalho, muita renúncia e muitas vitórias. Precisamos manter o equilíbrio e o foco. A minha mensagem para os jogadores é esquecer a política do clube e foco em dar o melhor a cada treino, a cada jogo, para ajudar a equipe sempre que for preciso. Estamos fechados, focados e com fé na vitória a cada jogo.

Palmeiras