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Insistências cobram conta e irregular Flu de Marcão deixa G6 escapar

Marcos Felipe e Samuel Xavier lamentam em derrota do Fluminense para o Santos no Brasileirão - VAN CAMPOS/ESTADÃO CONTEÚDO
Marcos Felipe e Samuel Xavier lamentam em derrota do Fluminense para o Santos no Brasileirão Imagem: VAN CAMPOS/ESTADÃO CONTEÚDO

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/10/2021 04h00

Mais do que perder para o Santos na Vila Belmiro, o Fluminense perdeu também para si mesmo e deixou escapar mais uma oportunidade de entrar no G6 do Brasileirão, a zona de classificação para a Libertadores.

Irregular no Campeonato Brasileiro, o Tricolor sucumbe às próprias fraquezas, enquanto vê o técnico Marcão — que tem bom aproveitamento no comando da equipe, e vai bem na competição — insistir em peças que não vem dando retorno. Em todos os setores do campo, o Flu tem inconsistências que cobram a conta nos momentos de decisão.

A começar pelo gol, Marcos Felipe faz jogos competentes e está à frente de seus concorrentes. Antes titular, Muriel falhou o suficiente para não voltar a ser testado. Inexperientes, João Lopes e Pedro Rangel não fazem sombra. Mas a posição está longe de ser questão fechada no clube. Na derrota de ontem (27), uma saída de bola errada do goleiro com os pés custou o jogo para o Tricolor.

As laterais também convivem com problemas. Na direita, Samuel Xavier segue com altos e baixos, como seu reserva, Calegari. E na esquerda, nenhuma das opções parece solução. Danilo Barcelos foi barrado por Marlon, que falhou no primeiro gol santista. O jovem de 24 anos, que esteve emprestado para Boavista (POR) e Trabzonspor (TUR), voltou do futebol europeu com os mesmos problemas de marcação.

Antes incontestável, Egídio segue fora mesmo tendo condições de entrar em campo. Sem maiores explicações, não joga desde setembro. O UOL Esporte apurou que o camisa 6 pode voltar a ser utilizado e não está descartado para 2022. Ele poderia ter sido aproveitado anteriormente, mas barrado, acabou não sendo relacionado. O jogador não gosta de ficar no banco de reservas. Questionado sobre a posição, Marcão desconversou.

"Está treinando. Marlon fez dois bons jogos e demos sequência, estava muito tempo sem jogar e vai continuar jogando. Temos Egídio, Danilo, Marlon. Quem estiver melhor no momento vai ser utilizado", disse.

Marlon foi pedido pelos torcedores, mas falhou na derrota do Fluminense para o Santos - Lucas Merçon/Fluminense FC - Lucas Merçon/Fluminense FC
Marlon foi pedido pelos torcedores, mas falhou na derrota do Fluminense para o Santos
Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Avançando ao meio de campo, o esquema com três volantes parou de funcionar em uma fase ruim da equipe. Mas sem um armador, parece ser a melhor das opções.

Como articulador, Arias não repete os bons momentos de seu início no Flu, quando atuou pelas pontas — assim como no Independiente Santa Fé-COL, onde se destacou e atraiu a atenção do clube das Laranjeiras.

"Ele faz tanto por dentro, quanto pela ponta. Hoje, em especial, colocamos ele do lado contrário da maneira que a equipe do Santos marcava. Quando eles escolhiam um lado, ele era a ponta do tripé. O lado esquerdo sempre sobrava. Se verem, é o cara que sobrava ali. Ele é um cara bom vindo da esquerda para a direita e agride bem o adversário", defendeu Marcão, para prosseguir:

"Nesse jogo não tivemos sucesso, mas foi uma coisa bem organizada, bem estudada. Temos possibilidades. No jogo passado, quando precisamos de um homem por dentro, fortalecemos o meio de campo e usamos ele pelo lado. Não é uma coisa amarrada, engessada. Quando posicionamos no lado esquerdo, em um tripé ele pegou algumas bolas que ofereceram perigo à defesa do Santos."

Yago, capitão nas ausências de Fred e Nino, não repete suas melhores atuações com a camisa tricolor. No banco, Martinelli e Nonato, hoje, são alternativas melhores.

A peça que falta foi dor de cabeça de Odair Hellmann, Roger Machado e Marcão. No ataque, Luiz Henrique é titular absoluto, e John Kennedy é ótima notícia na ausência de Fred.

A outra vaga, entretanto, segue aberta, já que Caio Paulista não rendeu desde que retornou de lesão e foi comprado em definitivo pelo Fluminense, que pagou R$ 8 milhões à Tombense, clube do empresário Eduardo Uram, por 50% de seus direitos econômicos. As cifras, passada a boa fase do camisa 70, hoje são consideradas altas demais. Marcão não fecha os olhos para alternativas, embora defenda o titular.

"Não ficamos amarrados a um posicionamento e sempre estamos atentos para buscar soluções", resumiu.

Uma das soluções mais comentadas pelos torcedores nas redes sociais é a barração de Caio, que não vem em boa fase, para a entrada de um terceiro volante no meio campo. Para o jogo contra o Ceará, no domingo (31), às 16h, o Fluminense não terá Nonato e John Kennedy, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Ainda assim, a equipe não só pode como deve ter mudanças.

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