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Santos tenta recuperar atacantes depois de primeira vitória com Carille

Marinho vive um jejum de gols de mais de três meses - GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Marinho vive um jejum de gols de mais de três meses Imagem: GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

12/10/2021 04h00

A primeira vitória de Fábio Carille no comando do Santos já foi alcançada. Depois do triunfo no sufoco sobre o Grêmio no domingo passado (10), agora o Peixe tenta acertar seu desempenho ofensivo. Foram apenas dois gols marcados em seis partidas sob a nova gestão, mas nenhum deles saiu dos pés -ou cabeça- de seus atacantes.

O desempenho ruim do setor ofensivo começou muito antes da chegada de Carille. Desde o dia 25 de julho, quando perdeu para o Atlético-GO por 1 a 0 em plena Vila Belmiro, o Santos só marcou gol em oito dos 18 compromissos. Foram 13 gols nesse período, tendo Carlos Sánchez como principal artilheiro, com cinco tentos. Madson e Gabriel Pirani marcaram duas vezes cada.

O fato em comum entre esses principais goleadores é que nenhum deles é atacante. O último jogador do setor ofensivo a balançar as redes foi o centroavante Marcos Leonardo na goleada sobre o Juazeirense por 4 a 0, pela Copa do Brasil, em 28 de julho. Neste mesmo jogo, Lucas Braga também deixou sua marca.

A situação crítica atinge em cheio os dois titulares do ataque do Santos. Marinho, o "Rei da América" na temporada passada, vive um jejum de gols de mais de três meses. O último marcado por ele foi em uma cobrança de pênalti na derrota para o Palmeiras por 3 a 2 no Allianz Parque. O camisa 11 tem apenas quatro gols no Campeonato Brasileiro.

O homem-gol do Santos deveria ser Léo Baptistão. Contratado durante a última janela de transferências depois de fazer carreira no futebol chinês, ele ainda não vingou no Peixe. A estreia, diante do Cuiabá, foi promissora ao mostrar boa movimentação e exigir uma grande defesa do goleiro Walter. Nos cinco jogos seguintes, naufragou junto com uma equipe ineficiente.

Até mesmo nas duas últimas partidas, que foram bastante elogiadas por Carille, Baptistão não finalizou nenhuma vez a gol. No empate contra o São Paulo, o Santos investiu nove vezes contra o gol tricolor. No triunfo sobre o Grêmio, foram 14 tentativas, exigindo, inclusive, boas defesas do goleiro Brenno.

Apesar do momento ruim, nenhuma mudança é prevista no setor para encarar o Atlético-MG, amanhã (13), no Mineirão, pela 26ª rodada. Durante as semanas livres que teve para trabalhar, Carille pensou em reforçar o setor de criação com Diego Tardelli, mas revelou que desistiu da ideia por ter detectado falhas nos treinamentos.

"Antes do jogo contra o São Paulo fiz um teste, fiz um treino com ele (Tardelli) vindo com uma função de armar e o treinamento não foi bom, por isso que mudei para o jogo contra o São Paulo. O Tardelli ainda busca uma melhor condição física. Vejo o Tardelli jogando com quatro jogadores por dentro, ele sendo esse cara mais perto do 9 ou sendo um falso 9. Vejo ele assim, não é mais um jogador tão jovem, mas está trabalhando bastante", explicou.

Enquanto não arruma o ataque, Carille tem se mostrado contente com outras características do time. Uma delas é a entrega e a outra é o desempenho de sua defesa. "Tem muitas coisas ainda que eu quero melhorar e eu acredito que essa vitória vai melhorar o meu trabalho e o da minha comissão. Algumas coisas chamam a atenção, principalmente com o tanto de gols tomados. Contra o Juventude, um primeiro tempo em que finalizamos bastante, mas depois nos perdemos. Contra o São Paulo, um jogo consistente e de entrega. Estou muito orgulhoso por tudo o que está acontecendo aqui."

Nos seis jogos com Carille no comando, o Santos não levou gol em três deles. Além da vitória magra sobre o Grêmio, empatou sem gols com Ceará e Bahia. O Peixe sofreu um gol no empate com o São Paulo, no Morumbi, levou três na derrota para o Juventude por 3 a 0, em Caxias do Sul (RS), e tomou um do Athletico-PR na derrota que culminou com a eliminação na Copa do Brasil.

Duelo com Cuca

Na tentativa de acertar um time que convive com vários desfalques, Carille optou por mexer pouco no time santista nos últimos jogos. Mas precisará trocar uma peça-chave para encarar o Atlético-MG no reencontro dos alvinegros com seu ex-técnico Cuca. Carlos Sánchez, um dos atletas que estão se recuperando tecnicamente nas últimas partidas, está suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo. Outro desfalque pelo mesmo motivo é o lateral Felipe Jonatan.

Para o meio-campo, existem duas opções nítidas. A primeira é o volante Jobson, que fez contra o Grêmio seu primeiro jogo depois de se recuperar de uma grave lesão no joelho. A outra é Gabriel Pirani, que daria maior mobilidade ao setor ofensivo. Outra possibilidade seria o deslocamento de Vinícius Balieiro para o meio-campo. Mas para isso, Robson Reis deveria estar recuperado para compor o trio de zaga com Velázquez e Wagner Leonardo.

Na lateral esquerda, o problema é menor, já que Felipe Jonatan foi reserva diante do Grêmio. O titular no setor foi Lucas Braga. Carille ainda poderia mexer no outro lado do campo. Madson mostrou que está recuperado de lesão muscular e pode recuperar seu posto na lateral direita. Caso isso aconteça, o improvisado meia Marcos Guilherme iria para o banco de reservas.