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Santos melhora com time ofensivo e cria dúvida para Carille contra o Grêmio

Do UOL, em São Paulo

08/10/2021 04h00

O Santos atuou com um trio de zaga na maioria dos jogos sob o comando de Fábio Carille. Mas o desempenho da equipe na metade final do segundo tempo no empate por 1 a 1 diante do São Paulo, ontem (7), no Morumbi, criou uma dúvida. Ao colocar o time no ataque com as entradas de Lucas Braga, Diego Tardelli e Gabriel Pirani, o treinador pôde observar uma formação que assustou o gol adversário e que por pouco não saiu vitoriosa no desfecho da 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Se no primeiro tempo o Santos finalizou apenas uma vez ao gol adversário, no arremate certeiro de Carlos Sánchez de fora da área, nos 45 minutos finais foram cinco tentativas. E na reta final do clássico, foram três grandes oportunidades para marcar. Muito disso se deve ao fato de Carille ter soltado a equipe ao ataque depois de ter sofrido grande pressão do Tricolor.

A primeira alteração foi a entrada de Lucas Braga no lugar do zagueiro Wagner Leonardo. Com mais amplitude para atacar pela esquerda, foi por ali que saíram as melhores chances. Até mesmo após a troca de Carlos Sánchez por Pirani, o Peixe se manteve ativo ofensivamente. Mas para isso, precisou correr riscos diante de um quarteto do São Paulo que dava trabalho, formado por Calleri, Luciano, Marquinhos e Rigoni.

"Eu deixei, sim, a equipe mais solta no segundo tempo correndo alguns riscos. E me preocupo jogar com o Marcos Guilherme de lateral em uma linha de 4. Senti confiança para fazer isso, chegamos mais [ao ataque]", admitiu Carille, que lembrou a necessidade de os atletas fazerem as escolhas certas no ataque. "A tomada de decisão, quando tiver a bola no pé, tem que ser melhor. Temos que fazer melhor domínio, melhor passe passe e aí sim poder fazer jogos melhores", acrescentou.

Esse modelo de jogo do Santos colide com a ideia inicial do trabalho de Carille. Depois de estrear com um empate sofrido diante do Bahia, ele adotou um sistema com três zagueiros e foi assim nas últimas quatro partidas. Contra o São Paulo, a novidade foi a entrada de Vinícius Balieiro pelo lado direito da defesa ao lado de Emiliano Velázquez e Wagner Leonardo.

"Três zagueiros é um sistema que deu um resultado bom. Começou contra o Ceará lá. No momento, achei que faltava jogador no meio-campo. É um sistema que eles estão gostando e está me passando confiança", declarou Carille sobre a carência do elenco em fortes marcadores no setor.

O treinador também falou que o trio de zaga possibilita a formação de diversas maneiras de atuar, já que tem escalado jogadores acostumados a fazer várias funções. "Eu posso variar. Tem o Boza, o Wagner e o Balieiro, que já jogaram como lateral. Vim para esse jogo com três zagueiros, mas mudando a forma de jogar, com os próprios zagueiros se fazendo substituições. Eles sentem confiança. Mas independentemente da formação, quando a gente crescer, vai buscar as vitórias."

A próxima partida do Santos será contra o Grêmio, domingo (10), na Vila Belmiro. Trata-se de um confronto direto na luta contra o rebaixamento. Enquanto o time gaúcho abre o grupo da degola, com 23 pontos, o Peixe está dois pontos à frente, mas com uma partida a mais.

De um lado, o Santos não vence há 11 partidas, sendo nove delas pelo Brasileirão. Do outro, o Grêmio só somou um ponto nos últimos três jogos e vem enfrentando problemas na defesa. Foram oito gols sofridos nessa sequência negativa. Para o jogo da Vila Belmiro, Kannemann deve ficar fora. Ruan e Rodrigues devem formar a dupla de zaga do time de Felipão.