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Palmeiras recebe Católica por vaga nas quartas da Libertadores e exorcismo

O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. - Cesar Greco/Palmeiras
O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Diego Iwata Lima

De São Paulo

21/07/2021 04h00

Nem parece, mas cinco partidas atrás, contando apenas jogos em casa, o Palmeiras sofria seu revés mais vexatório em muitos anos. O trauma foi tão grande que o técnico Abel Ferreira já o citou em diversas entrevistas como um lembrete da falibilidade de sua equipe. E, certamente, na preleção da partida desta quarta-feira (21), contra a Universidad Católica (CHI), pelas oitavas da Libertadores, a sigla CRB vai voltar a ser citada.

Até porque, a situação atual é semelhante ao que ocorreu na terceira fase da Copa do Brasil, quando o Alviverde foi surpreendentemente eliminado. Assim como contra o clube alagoano, em 9 de junho, o Palmeiras chega para decidir no Allianz Parque com uma vitória fora de casa, por 1 a 0, no bolso. Além de uma nítida superioridade técnica em relação ao adversário.

Para se classificar, ao Verdão basta um empate. Uma vitória dos chilenos por 1 a 0 leva o jogo para os pênaltis. E qualquer outra vitória chilena tira a vaga do Palmeiras.

Mas, não bastasse o "trauma CRB", o histórico recente do Palmeiras em jogos decisivos também é mais negativo do que positivo. O Palmeiras eliminou o Corinthians na semifinal do Paulista, é verdade. Mas perdeu para o São Paulo na final, e para o Flamengo e o Defensa y Justicia (ARG), na Supercopa do Brasil e na Recopa Sul-Americana, respectivamente — ambas nos pênaltis.

Se o assunto é histórico, e a ideia é exorcizar os fantasmas, vale lembrar também que a última eliminação do Palmeiras em oitavas de Libertadores aconteceu no Allianz Parque, e também nos pênaltis, contra o Barcelona (EQU), em 2017, com a fatídica cobrança desperdiçada por Egídio.

Eliminação foi um despertar para os alviverdes

Depois de ser eliminado da Copa do Brasil, o Palmeiras acordou. É um clichê dos mais antigos, mas não é um erro dizer que o Palmeiras "perdeu na hora certa".

Dos três campeonatos que o time disputa até o fim do ano, a Copa do Brasil, sem dúvida, era o menos interessante para o clube, até pelo fato de o time tê-la vencido na temporada 2020. A Libertadores é sempre a obsessão alviverde. E o Brasileiro ganha em importância da copa nacional.

Desde de a derrota para o CRB, o Palmeiras ganhou nove dos 11 jogos que disputou. Perdeu apenas para o Red Bull Bragantino, então líder do Brasileiro, e empatou com o Corinthians, no Allianz Parque. Com esse retrospecto, tornou-se líder do Nacional e deslanchou. Embalo que o time espera não perder nesta quarta. Se a derrota para o CRB foi uma catapulta, uma eliminação ante a Católica teria, em vez disso, certamente um "efeito âncora".

Universidad não reverte resultado há 11 anos

Os Cruzados, apelido da Católica, não revertem uma desvantagem em um mata-mata de Libertadores há 11 anos. O feito aconteceu pela última vez em 2010, contra o Colón (ARG). Na ocasião, perdeu em Buenos Aires por 3 a 2. No Chile, a equipe andina devolveu o resultado, e a partida foi para os pênaltis, quando os chilenos venceram por 5 a 3.

E tem mais. Talvez até mais significativo que esse tabu seja o fato de o Palmeiras jamais ter sido derrotado pela Universidad Católica em sua história.

São agora cinco confrontos, sendo três pela Libertadores (dois em 1968 e este da quarta-feira da semana passada, dia 14) e dois pela extinta Copa Mercosul, equiparável à Copa Sul-Americana em importância, no ano 2000.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS x UNIVERSIDAD CATÓLICA

Motivo: Oitavas de final da Libertadores - jogo de volta
Data e horário: 21 de julho de 2021 (quarta-feira), às 19h15 (de Brasília)
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Árbitro: Alexis Herrera (VEN)
Assistentes: Carlos López e Jorge Urrego (ambos VEN)
VAR: Jhon Ospina (COL)

PALMEIRAS: Weverton, Marcos Rocha, Felipe Melo, Gustavo Gómez e Renan (Viña); Danilo, Zé Rafael e Gustavo Scarpa; Raphael Veiga, Deyverson e Breno Lopes (Dudu). Técnico: Abel Ferreira

UNIVERSIDAD CATÓLICA: Sebastián Pérez; Raimundo Rebolledo, Germán Lanaro, Valber Huerta e Alfonso Parot; Juan Leiva, Ignacio Saavedra; Gonzalo Tapia, Felipe Gutiérrez, Diego Valencia; Fernando Zampedri. Técnico: Gustavo Poyet