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Neymar e quem? Copa América põe ataque do Brasil em xeque e "pede" testes

Neymar durante a final contra a Argentina; ele atuou em seis jogos completos nesta Copa América - Thiago Ribeiro/NurPhoto via Getty Images
Neymar durante a final contra a Argentina; ele atuou em seis jogos completos nesta Copa América Imagem: Thiago Ribeiro/NurPhoto via Getty Images

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

12/07/2021 04h00

Sete atacantes representaram a seleção brasileira na campanha que rendeu o vice-campeonato da Copa América, e a imagem que a maioria deles deixa ao fim do torneio não é das mais positivas. Uma prova disso é que Neymar foi o único que completou todos os jogos em que foi titular, enquanto o restante não convenceu e foi quase sempre substituído.

Além de Neymar, apenas Richarlison, Roberto Firmino e Gabigol estão entre os atacantes que fizeram gols entre os 12 marcados pelo Brasil ao longo do torneio. Os outros - Gabriel Jesus, Éverton Cebolinha e Vini Jr - passaram em branco. Essa má fase abre a possibilidade de testes nos próximos jogos.

Depois de vitórias com larga vantagem sobre Venezuela (3 a 0) e Peru (4 a 0) nas duas primeiras rodadas da fase de grupos da Copa América, a seleção sofreu nos jogos seguintes e só conseguiu marcar mais de um gol contra a Colômbia, quando venceu por 2 a 1. No mais, empatou com o Equador (1 a 1), venceu Chile e Peru pelo placar mínimo e acabou derrotada também por 1 a 0 pela Argentina, na final.

Esse jogo da perda do título foi também aquele em que o momento de baixa do ataque da seleção ficou mais em evidência. Foram 13 finalizações, sendo apenas duas na direção do gol de Emiliano Martínez - que foi um dos destaques individuais da decisão e eleito melhor goleiro da Copa América. O pior índice de chutes certos em toda a competição, mesmo que em alguns outros jogos esse número não tenha sido tão alto, como as três finalizações contra o Equador ou as quatro da partida diante da Colômbia.

Tite - Buda Mendes/Getty Images - Buda Mendes/Getty Images
Tite variou formações e jogadores de ataque ao longo da disputa da Copa América
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

A falta de pontaria de seus homens de frente levou Tite a mexer no ataque em todos os jogos da Copa América, quase sempre nas duas peças que formam o setor junto com Neymar. Exceção feita ao camisa 10, só Gabigol (Equador) e Richarlison (Argentina) conseguiram não ser substituídos, o que mostra que o treinador passou a competição toda buscando soluções que terminou não encontrando.

Na final, o Brasil terminou com Neymar, Richarlison, Roberto Firmino, Gabigol e Vini Jr em campo e não conseguiu empatar com a Argentina. Éverton Cebolinha começou jogando na decisão, mas acabou substituído aos 17 minutos do segundo tempo porque não rendeu. Gabriel Jesus cumpriu suspensão por causa de sua expulsão nas quartas de final.

E qual a solução?

Dos sete atacantes chamados para a Copa América, cinco são convocações praticamente certas ao longo do ciclo para a Copa do Mundo do Qatar: Neymar, Richarlison, Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Éverton Cebolinha. É difícil imaginar um cenário em que algum deles perca muito espaço, a menos que haja uma queda técnica contundente dentro de seus clubes.

As outras duas vagas costumam variar mais seus convocados. Entre 2020 e 2021, estiveram na equipe Matheus Cunha (Hertha Berlim), Rodrygo (Real Madrid), Pedro (Flamengo) e Thiago Galhardo (Internacional). Pelo menos os três primeiros fazem parte do radar fixo na CBF, que produz atualizações frequentes sobre o desempenho em clubes e pode indicar um novo chamado.

Matheus Cunha - Marco Galvão/CBF - Marco Galvão/CBF
Matheus Cunha durante treino da seleção brasileira olímpica na Academia de Futebol
Imagem: Marco Galvão/CBF

Matheus Cunha, aliás, está a serviço da seleção nas Olimpíadas de Tóquio, e um bom rendimento pode significar chance na próxima convocação, que ocorrerá no mês que vem para a rodada tripla de setembro das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Outro atacante bem avaliado e próximo de ganhar espaço é Antony (Ajax-HOL). Tite e seus auxiliares estarão de olho no Japão para essa possibilidade de renovar uma posição sob críticas na seleção.

Minutos em campo dos atacantes na Copa América

Neymar - 589 minutos (dois gols e quatro assistências)
Richarlison - 488 minutos (um gol e duas assistências)
Éverton Cebolinha - 294 minutos (uma assistência)
Gabriel Jesus - 284 minutos (uma assistência)
Roberto Firmino - 243 minutos (um gol)
Gabigol - 217 minutos (um gol)
Vini Jr - 87 minutos