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Copa América: Brasil se segura com um a menos, elimina Chile e vai à semi

Brasil comemora gol de Lucas Paquetá no início do segundo tempo contra o Chile - Buda Mendes/Getty Images
Brasil comemora gol de Lucas Paquetá no início do segundo tempo contra o Chile Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/07/2021 22h55

A seleção brasileira se classificou hoje (2) para as semifinais da Copa América ao vencer o Chile por 1 a 0 no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. O gol foi marcado pelo meia Lucas Paquetá no primeiro minuto do segundo tempo.

A equipe comandada por Tite atuou quase toda a etapa complementar com um jogador a menos, porque Gabriel Jesus foi expulso aos três minutos depois de uma entrada violenta. Foram 48 minutos desfalcada e sob pressão, mas deu resultado.

A semifinal é na segunda-feira (5), às 20h, contra a seleção do Peru — uma reedição antecipada da final de 2019. O palco será de novo o estádio Nilton Santos.

Casemiro + 10 (ou 9)

Tite - Buda Mendes/Getty Images - Buda Mendes/Getty Images
Tite orienta jogadores durante jogo do Brasil contra o Chile na Copa América
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Casemiro foi o escape do time no primeiro tempo de marcações muito justas e na etapa complementar se lançou ao ataque para dar um lindo passe de trivela no lance do gol de Lucas Paquetá. Depois da expulsão de Gabriel Jesus virou peça ainda mais importante na bola aérea defensiva, com lançamentos longos nas saídas que o Brasil conseguiu fazer e dando segurança ao setor defensivo durante os mais de 45 minutos de pressão. Completo e fundamental na classificação.

Gabriel Jesus: para quê?

Jesus - Buda Mendes/Getty Images - Buda Mendes/Getty Images
Gabriel Jesus recebe cartão vermelho após falta dura em Brasil x Chile
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Mesmo sendo dono de movimentos pouco naturais no um contra um quando o Brasil precisava atacar o Chile, com dribles errados, poucas participações com a bola e dificuldade para dar fluidez ao jogo, Gabriel Jesus foi o ponto negativo por outro motivo: uma expulsão aos três minutos do segundo tempo, logo depois do gol de Lucas Paquetá, por dar um chute na cara de Mena, uma voadora duríssima. O ato do atacante brasileiro, que nem reclamou, tornou a missão brasileira mais complicada no Nilton Santos.

Calmaria, gol e caos

Paquetá - Wagner Meier/Getty Images - Wagner Meier/Getty Images
Lucas Paquetá marcou gol do Brasil contra o Chile com poucos minutos após entrar em campo
Imagem: Wagner Meier/Getty Images

O Brasil teve dificuldade de criação no primeiro tempo porque o Chile marcou bem. A ideia foi simples, mas ainda não tinha sido feita na Copa América: pressionar Casemiro e Fred na saída de bola, o que obrigava à dupla passes seguros de lado ou para trás e isolava os quatro atacantes. Quando recuperava a bola, o Chile tinha uma transição rápida com Vidal na base, Sánchez e Aranguiz flutuando e Vargas procurando espaço entre as linhas de marcação, então Gabriel Jesus e Richarlison acabavam com muitas funções defensivas.

Foram só quatro chances de gol na etapa inicial — três do Brasil e só uma do Chile que, no entanto, teve mais posse de bola. Danilo, Neymar e Gabriel Jesus finalizaram as jogadas, todas após os 30 minutos do primeiro tempo, quando o time tentou ficar com a bola e chegar com mais gente na frente. No caso do Chile, Vargas obrigou Ederson a fazer uma boa defesa aos 26 minutos. Mas não passou disso: um jogo de marcações encaixotadas, estratégias para anular o adversário sem o segundo passo de entender como fazer gol e pouca emoção.

Tite tirou Roberto Firmino e acionou Lucas Paquetá no intervalo. Foi o suplente o autor do gol numa jogada bonita da seleção com participação de Renan Lodi, Fred, Casemiro e Neymar. Mas quando era para o jogo ficar tranquilo para o Brasil, Gabriel Jesus atrapalhou: acertou um chute no rosto de Mena numa disputa de bola na intermediária, foi expulso direto e nem coragem de reclamar teve.

O jogo ficou mais físico e gritado depois da expulsão. O Chile tentou atacar e teve boas chances com uma bola no travessão de Brereton e uma sobra de Meneses que fez Ederson trabalhar. O Brasil tentava nos contra-ataques baseado principalmente na individualidade de Neymar, mas não passou de pressão e ameaça. A vaga era do Brasil.

Paquetá nem esquentou

Paquetá 2 - Wagner Meier/Getty Images - Wagner Meier/Getty Images
Lucas Paquetá comemora seu gol com comissão técnica e reservas do Brasil contra Chile
Imagem: Wagner Meier/Getty Images

Acionado no intervalo, Lucas Paquetá abriu o placar no primeiro minuto do segundo tempo. Renan Lodi serviu Fred, que fez um passe curto para Casemiro acionar Paquetá com uma trivela. O meia tabelou com Neymar, venceu com facilidade a marcação de Sebastian Vegas e finalizou com perfeição.

Propaganda enganosa

Chile - Wagner Meier/Getty Images - Wagner Meier/Getty Images
Chile, de Eduardo Vargas, deu muito trabalho ao Brasil nas quartas de final da Copa América
Imagem: Wagner Meier/Getty Images

A Conmebol anunciou ao longo da semana reformas no gramado do Nilton Santos como resposta às reclamações de todos os times que jogaram ali. Na aparência estava tudo certo, mas ficou só nisso. Depois de uns dez minutos de bola rolando já havia áreas esbranquiçadas e com terra aparente, as divididas de bola soltavam tufos e a bola estava sempre viva. No segundo tempo, Neymar chegou a torcer o pé numa falha do campo. Ruim como sempre nesta Copa América. E segunda-feira tem mais.

FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 0 CHILE

Competição: Copa América, quartas de final
Local: estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro-RJ
Data/hora: 2 de julho de 2021 (sexta-feira)
Árbitro: Patrício Loustau (Argentina)
Assistentes: Ezequiel Brailovsky e Gabriel Chade (ambos da Argentina)
VAR: Andrés Cunha (Uruguai)
Cartões amarelos: Ederson (Brasil), Sierralta, Palacios, Arturo Vidal (Chile)
Cartões vermelhos: Gabriel Jesus (Brasil)

GOLS: Lucas Paquetá, a 1/2ºT (1-0)

Brasil: Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Éder Militão, aos 45/2ºT); Fred e Casemiro; Gabriel Jesus, Neymar, Roberto Firmino (Lucas Paquetá, no intervalo) e Richarlison (Éverton Cebolinha, aos 45/2ºT). Técnico: Tite.

Chile: Bravo; Isla, Gary Medel, Sebastián Vegas (Palacios, aos 18/2ºT), Sierralta e Mena; Erick Pulgar (Meneses, aos 30/2ºT), Aránguiz (Valencia, aos 43/2ºT) e Arturo Vidal; Eduardo Vargas e Alexis Sánchez (Ben Brereton, no intervalo). Técnico: Martin Lasarte.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado inicialmente, a partida entre Brasil e Chile foi válida pelas quartas de final da Copa América.