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Vasco e Ferj: união em polêmica do VAR e racha com adiamento de clássico

Jorge Salgado manifestou sua revolta ao presidente da Ferj, Rubens Lopes, por conta de adiamento de clássico - Rafael Ribeiro / Vasco
Jorge Salgado manifestou sua revolta ao presidente da Ferj, Rubens Lopes, por conta de adiamento de clássico Imagem: Rafael Ribeiro / Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/04/2021 04h00

Os três primeiros meses de gestão de Jorge Salgado no Vasco têm sido de altos e baixos com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro. No início, ganhou apoio da Ferj na luta contra a polêmica do VAR. Agora, estremeceu a relação com a decisão do órgão de acatar o pedido do Flamengo de adiar o clássico com o Rubro-Negro para amanhã (15), às 19h — o jogo iria ocorrer, inicialmente, nesta noite.

O apoio na questão do VAR aconteceu após a antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro 2020, quando o Vasco já lutava desesperadamente contra o rebaixamento e recebeu o Internacional em São Januário. Na ocasião, o Colorado fez um gol logo no início do jogo em posição duvidosa. O árbitro de vídeo, então, foi acionado para uma verificação de possível impedimento, mas a tecnologia das linhas não funcionou e o árbitro Flávio Rodrigues decidiu por validar o gol. No fim, os gaúchos venceram por 2 a 0 e o problema gerou muita revolta no Cruz-Maltino.

Presidente vascaíno, Jorge Salgado entrou em contato após a partida com o secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol, Walter Feldman, para manifestar seu protesto e também falou com Rubens Lopes, presidente da Ferj.

Ao UOL Esporte na ocasião, Lopes foi duro na sua avaliação a favor do Vasco:

"Inacreditável o que aconteceu com o Vasco no jogo de hoje. Um possível deficiente visual como assistente, um VAR que, inexplicável e misteriosamente, 'enguiça' em momento crucial e, por fim, uma opção aleatória de quem nada viu, mas decidiu por similaridade. Só não vale culpar o Cano [o argentino perdeu um pênalti na ocasião] pelos pontos não conquistados. Vamos aguardar o que dirão os generais".

O Vasco tentou anular a partida no Superior Tribunal Justiça Desportiva, não conseguiu, recorreu no Pleno do STJD, mas a decisão do órgão foi mantida, fazendo com que o rebaixamento à Série B fosse confirmado posteriormente.

Veio então o Campeonato Carioca e o seu formato foi discutido sem maiores contestações. Para muitos dos assuntos envolvendo a federação, o nomeado foi o vice-presidente de Relações Públicas, Maurício Corrêa. Em outras oportunidades, o CEO, Luiz Mello, também marcou presença.

Na última segunda (12), porém, a relação azedou após o episódio de adiamento. Em nota, o clube alegou não ter sido consultado sobre a possibilidade de alteração de data, e informou que já havia até se reunido com o órgão e o Flamengo para montar o Plano de Ação do jogo.

Com palavras duras, o Vasco acusou a Ferj de estar favorecendo seu rival com uma uma decisão considerada pelo clube como "arbitrária".

Como informado pelo "ge" e confirmado pelo UOL Esporte, Jorge Salgado chegou a ligar para Rubens Lopes cobrando explicações, mas o mandatário da federação não entrou em maiores detalhes e ressaltou que a medida havia sido tomada por ele.

Apesar de toda a revolta, o Vasco - até o momento - não cogita um protesto mais radical e pretende estar em campo com sua força máxima amanhã, num jogo em que, se perder, não terá mais chances de avançar para as semifinais do Campeonato Carioca.

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