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Como executivo salvou o Floresta na Série D e evitou "dois anos perdidos"

Fred Gomes, diretor-executivo do Floresta EC - Ronaldo Oliveira/Floresta EC
Fred Gomes, diretor-executivo do Floresta EC Imagem: Ronaldo Oliveira/Floresta EC

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

30/01/2021 04h00

O Floresta entra em campo hoje (30), às 16h (de Brasília), para enfrentar o Mirassol, pela final da Série D do Brasileirão. Quem vê o time perto de uma conquista nem imagina que a situação, há exatamente um ano, era muito próxima do amadorismo.

O cenário era de terra arrasada. Mesmo com investimento elevado da diretoria e um centro de treinamentos excelente, o Floresta EC chegou a janeiro de 2020 rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Cearense. O baixo rendimento no futebol estadual dava a impressão de que o restante da temporada seria caótico. Foi quando Fred Gomes foi acionado como diretor-executivo de futebol do clube de Fortaleza.

Contratado em janeiro passado — ele está há um ano no cargo —, Fred Gomes se tornou peça fundamental para a ascensão do clube, que disputará a Série C do Brasileirão a partir da próxima temporada. O trabalho de remontagem do elenco foi determinante para a mudança de rumo.

Como estava rebaixado para a segunda divisão do Cearense, o Floresta não tinha permanência garantida em um torneio nacional. O time, portanto, precisaria do acesso à Série C para garantir um calendário anual em 2021. Fred Gomes teve que reformular o elenco e a comissão técnica em meio à pandemia do novo coronavírus para assegurar e fazer valer o planejamento.

"Quando eu cheguei, o clube lutava contra o rebaixamento. Sem sucesso [na luta contra a queda], refizemos o time principal, com comissão técnica, elenco, e começamos a remontagem. A nossa maior dificuldade foi a paralisação das atividades profissionais no Brasil e no mundo. No nosso calendário, tínhamos nossa reapresentação em 1º de abril do futebol profissional. A gente jogaria na primeira quinzena de maio. A maior dificuldade, então, foi refazer e mostrar para a direção o planejamento", disse ao UOL Esporte.

"Já havia um rebaixamento e esse clube precisava chegar à Série C para não perder dois anos de trabalho, porque a gente não teria vaga na Série D do ano seguinte. Essa foi a maior dificuldade", acrescentou.

Fred Gomes relembra ainda como era a situação do clube no período de sua contratação. O executivo de futebol do Floresta revela que havia curiosidade para saber por que o time não conseguia engatar uma sequência positiva no Campeonato Cearense.

"É um clube que tem 66 anos de história, há cinco anos era amador no futebol cearense e, hoje, se credencia a estar entre os 60 principais clubes do futebol brasileiro, com calendário. Para nós, que estamos na linha de frente, eu que cheguei no fim de janeiro do ano passado, com o time praticamente rebaixado para a 2ª divisão do Estadual. Todos queriam saber como o time conseguiu cair para a segunda divisão do Estadual. De dentro desse processo, chegamos e traçamos um planejamento para elevar o Floresta a outro patamar", lembrou.

"Veio a pandemia e a paralisação das atividades esportivas, com quatro, cinco meses sem saber o que iria acontecer. O planejamento estava traçado, o presidente investiu em cima de tudo isso. Começamos o trabalho em home office, nos apresentamos em 1º de agosto de 2020, com 45 dias de preparação e o home office, conseguimos reformular a equipe para a disputa do campeonato. Se a equipe não conseguisse a vaga na Série C, retardaria dois anos para trás, por causa do rebaixamento da equipe para a segunda divisão do Estadual. Não tínhamos margem de erros. O grupo mais difícil da Série D foi o nosso. Como a gente não tinha uma preparação eficaz, a gente teve que reformular a equipe dentro da competição. Em um ambiente normal, você conseguia fazer jogos-treino, atividades presenciais", concluiu.