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Após apoiar PT e Bolsonaro, Marcelinho Carioca volta a fracassar nas urnas

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 15h55Atualizada em 16/11/2020 20h19

Figura constante em eleições recentes em São Paulo, Marcelinho Carioca (PSL-SP) voltou a sofrer novo revés nas urnas no pleito municipal do último domingo (15). Segundo ele, foi sua última participação em eleições.

"Vou cuidar das minhas coisas particulares, das minhas empresas, voltar ao meu programa de rádio. Política, chega. Eu já falei isso outras vezes, mas nestas eleições eu nem sequer iria disputar, só fui chamado de última hora", diz o ex-jogador em entrevista ao UOL Esporte. Diante da insistência da pergunta, ele é taxativo. "Esquece, esquece. Vou cuidar dos meus negócios e de minha vida privada; esquece a vida política."

Foi a sexta derrota política nos últimos dez anos do ex-jogador. Na corrida por uma vaga como deputado estadual, federal e vereador a partir da eleição de 2010, Marcelinho fez parte de cinco partidos diferentes, do PT, em 2014, ao PSL, em 2020, atualmente com apoio declarado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com direito a um encontro em Brasília no fim de julho. O ex-jogador também esteve ligado ao PSB, PRB e Podemos.

A busca por uma vaga na câmara de vereadores de São Paulo começou em 2012, pelo PSB. Naquela ocasião, Marcelinho recebeu 19.729 votos. Quatro anos depois, pelo PRB, foram 12.602 votos. Agora, como candidato do PSL, ele obteve 7.574. Nas três eleições, o ídolo corintiano ficou como suplente, com mínimas chances de assumir. Na atual, por exemplo, ele é o terceiro em um partido que elegeu apenas um candidato.

"Em São Paulo eu tenho de 10 a 15 mil votos. Se eu fizesse 14,4 mil, estaria eleito", calcula Marcelinho. Ele culpa a invisibilidade pela derrota deste ano e entende que teria conseguido vencer se tivesse mais espaço na campanha eleitoral do PSL.

No âmbito nacional, Marcelinho também soma uma derrota, em 2010, pelo PSB. Em contrapartida, no fim do mandato, o ex-camisa 7 corintiano chegou a ser nomeado deputado federal como suplente de Márcio França, eleito vice-governador à época. Na prática, porém, ele não trabalhou, pois o congresso esteve de recesso em janeiro e no dia 1º de fevereiro os deputados eleitos tomaram posse.

Candidato para uma vaga de deputado estadual em 2014, pelo PT, Marcelinho ficou novamente fora. Isso se repetiu quatro anos depois, no pleito de 2018, quando concorreu pelo Podemos.

"Todas essas vezes [eu fui usado], só que eu me qualifiquei para ser candidato, é diferente. Eu sou letrado, nunca fui por ideologia de partido. Sempre acreditei no que me falaram, mas todos os que eu passei, todos, falaram coisas e não cumpriram".

Mais dois candidatos ligados ao Corinthians fracassaram nas eleições deste domingo. Dinei buscou uma vaga pelo Republicanos e obteve 2.960 votos. Já André Negão, que exercia o cargo de vice-presidente de futebol do clube alvinegro, concorreu pelo PSB e recebeu 5.387 votos.

Confira os resultados de Marcelinho

2010 (deputado federal) PSB
62.399 votos

2012 (vereador) PSB
19.729 votos

2014 (deputado estadual) PT
43.694 votos

2016 (vereador) PRB
12.602 votos

2018 (deputado estadual) Podemos
28.487 votos

2020 (vereador) PSL
7.574 votos