Topo

São Paulo

Diniz vê São Paulo em fase mais consistente do ano: "estamos criando casca"

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

12/11/2020 01h08

Fernando Diniz acredita que o São Paulo vive um momento mais consistente que o do início da temporada, quando arrancou no Campeonato Paulista 2020 e obteve uma vitória por 3 a 0 sobre a LDU, do Equador, pela Libertadores. O técnico aponta a superação de momentos adversos como fator fundamental no período atual.

"É difícil comparar aquele momento com esse. Naquele momento, a gente estava bem, tinha sinergia muito grande com o torcedor, que estava abraçando o time de forma carinhosa. A gente está com mais consistência que tinha naquele momento. A gente está sabendo superar o time, que está criando uma casca protetiva muito boa. A gente tem que melhorar bastante ainda. A gente ganhou o jogo de hoje e esperar melhorar para o jogo contra o Fortaleza", disse o treinador.

Em que pese a satisfação, Diniz reconhece que a equipe segue cometendo erros na temporada. O comandante são-paulino cita as falhas cometidas no primeiro tempo do jogo de ontem (11), diante do Flamengo, como uma necessidade para correção.

"Os erros que a gente cometeu não têm nada de 'suicida', como as pessoas acham. É difícil explicar por que a gente errou. Eu acho que, por falta de acelerar, a gente deixou que os jogadores voltassem e fizessem um sanduíche. Tem erro técnico, tem posicionamento do corpo mal orientado para acelerar. Não é uma coisa muito simples para identificar de supetão. A gente costuma ser um time mais acelerado. Isso facilitou a marcação do Flamengo", comentou o comandante, explicando a diferença da atuação do time nos dois tempos da partida:

"Eu acho que o que melhorou foi a dinâmica da saída de jogo. A gente não tomou muito risco, mas a medida que a gente joga na nossa característica, as coisas vão fluindo. Talvez o receio de cometer alguns erros fez com que as coisas não fluíssem".

Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva:

Vantagem nas quartas de final da Copa do Brasil: "Acho que a gente tem que esquecer dessa vantagem, procurar corrigir os erros de hoje. O Flamengo é uma grande equipe, tinha grande treinador, segue com um grande treinador".

Longevidade é importante no São Paulo: "Isso é óbvio, é um trabalho conjunto, os principais são os jogadores, a condição de trabalho. É uma diretoria que apostou, está sempre no CT, vê os treinamentos. Em muitos momentos, o resultado não veio, mas havia consistência e resultado envolvido. Quanto à defesa que eu fiz do Dome naquela ocasião, é muito estranho no Brasil. Faz dez dias que a gente veio jogar contra o Flamengo. Depois de dez dias, o treinador mudou, porque sofreu duas derrotas de uma maneira mais forte. Eu não concordo com essa postura. A gente tem que gostar mais do trabalho que do resultado".

Tempo para equipe render: "A gente tem que ir educando os torcedores de forma adequada. Não é um processo que chegou instantâneo. O Liverpool não joga da forma que o Klopp assumiu. O time foi melhorando com questão de tempo. Quando eu fui visitar o Guardiola, e outra pessoa perguntou para ele em quanto tempo seria necessário para fazer o time render. Ele disse que, em um ano, não dá para fazer nada. Quando você vai construir um jogo mais complexo e elaborado, precisa de mais tempo. Não dá para fazer um time jogar a todo vapor em um mês, dois meses. Aqui as derrotas são castigadas com a interrupção do trabalho. Tem mais gente tentando fazer, tentando jogar. Erros serão cometidos. Não adianta a gente achar, precisa melhorar. É claro que tudo tem um limite, tem ponderação, mas não tem como a gente melhorar sem arriscar e sem tentar fazer as coisas".

Relação com a torcida e momento de trabalho: "A gente trabalhou com bastante equilíbrio. É claro que todo mundo fica feliz com o torcedor incentivando. Tomara que a gente consiga agradar o torcedor com vitórias, jeito de jogar. Que a gente consiga a simbiose, como teve no começo do ano. Não sei se é o melhor momento da relação. Os dirigentes tiveram coragem e paciência para poder tocar o trabalho. É um trabalho dividido para a gente levar um serviço de boa qualidade para o torcedor com vitórias. Todo mundo gosta de ser agraciado com o carinho do torcedor. É muito importante a gente receber o carinho do torcedor, ter equilíbrio e avançar nas competições".

São Paulo