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Técnico do Grêmio tem aval e, se precisar, pode "puxar orelha" de Falcão

Falcão na Arena do Grêmio em chegada ao clube gaúcho - Luciano Maciel/Grêmio Fut7
Falcão na Arena do Grêmio em chegada ao clube gaúcho Imagem: Luciano Maciel/Grêmio Fut7

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

30/10/2020 17h41

Receber um jogador do tamanho de Falcão, lenda do futsal, não é simples. O time de Fut7 do Grêmio não está acostumado à rotina com a qual conviveu hoje (30). A apresentação do craque foi repleta de entrevistas, eventos, atenção incomum para a modalidade.

Mas quando a bola rolar, melhor jogador da história do futsal será "igual a todos". O técnico Charles Cruz tem liberdade para "puxar orelha" e coordenar os movimentos do ídolo em campo.

"O Falcão veio para competir, vai ter que ter as diretrizes do clube, opção do treinador, com certeza, é ele que vai escolher", contou o CEO Fernando Matos ao UOL Esporte, antes de abrir um sorriso.

"Eu venho pensando nisso nos últimos meses, desde quando o presidente me passou o comunicado que eu treinaria o Falcão. É uma lenda do futsal, vem nos ajudar, abrilhantar um elenco formidável. É uma pessoa que dispensa comentários, é reconhecido mundialmente. Mas, se tiver que dar um puxão de orelha, vou dar, sim. Mas dentro de quadra ele só tem a me favorecer e dar dor de cabeça para o adversário", disse o técnico Charles Cruz.

"Ele está aqui como atleta, então, se tiver que cobrar, vou cobrar sim. É inteligente taticamente, é uma coisa que acho que não será necessário, só vou ter que sorrir ao lado dele", completou.

O tema "Falcão" foi sempre acompanhado de orgulho nas palavras e de expectativa ao longo do dia. Todos celebraram muito a presença dele com a camisa do Grêmio.

"É um sonho. Eu acordava muitas vezes cedo para olhar ele jogar. Então, é um cara que sou fã. Estou ainda anestesiado com essa oportunidade de treinar o melhor do mundo cinco vezes no futsal, e dentro do futebol sete, tenho certeza que vai dar muitas alegrias para o torcedor gremista", acrescentou o treinador.

O próprio jogador disse que — se for necessário — todos têm liberdade de chamar atenção, e até de tirar do time quando ele não estiver ajudando.

"Eu quero que tenham total liberdade, jogador me cobrar, treinador me cobrar, me tirar quando tiver que tirar. Isso eu quero que seja assim. Não estou aqui pelo meu nome e nem pela obrigação de jogar, quero que o clube vença, o time vença. Se eu estiver mal e tiver que jogar cinco minutos, vou jogar. Se eu tiver bem e tiver que jogar 20 minutos e dar espaço, vou jogar. Minha preocupação é fazer com que o projeto dê certo", contou o jogador.

Projeto que seduziu Falcão

Falcão contou, em entrevista ao UOL Esporte, que foi seduzido pela estrutura que o Fut7 do Grêmio montou. Há uma sede com espaço para treinos físicos, comissão técnica completa e repleta de profissionais que atuaram em clubes de futebol de campo, um time com ex-jogadores de clubes gaúchos, com atletas com passagem pela base do Grêmio e de outros clubes.

"Todo mundo conhece o Falcão, é um ícone do futsal. Como queríamos mostrar a marca, nosso trabalho, tivemos essa ideia de fazer contato com ele e mostrar o projeto, tentar tirar ele da aposentadoria. Foi mostrado tudo que planejamos, dando visibilidade para ele também. Ele está preparado fisicamente, em forma, o Grêmio é uma marca mundialmente conhecida. Ele joga a modalidade, já fez eventos, unimos o útil ao agradável. E essa parceria vai durar. Falcão é o rei, e vamos tentar trazer esta marca de expressão no futsal para a grama sintética", disse o CEO.

"Minha rede social está impressionante. É muito carinho, por tudo que fiz nas quadras. Eu tenho o privilégio de ter aceitação de várias torcidas. Fiz eventos em vários clubes, até mesmo da torcida do Inter, que tem toda esta rivalidade. Muita gente foi na minha rede social, brincou, com carinho. Eu aprendi a lidar com isso, por tudo que fiz na minha carreira", completou Falcão.

O jogador tem estreia marcada para amanhã, em jogo do time Fut7 do Grêmio que será transmitido pela TV Brasil.

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