Topo

Ewerthon diz que teve contrato rescindido no Palmeiras por ser corintiano

Ewerthon atuou com a camisa do Palmeiras em 2010 - Thiago Bernardes/UOL
Ewerthon atuou com a camisa do Palmeiras em 2010 Imagem: Thiago Bernardes/UOL

Flavio Latif e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/09/2020 04h00

O ex-atacante Ewerthon tem uma bonita história no Corinthians. Foram cinco títulos conquistados: dois Campeonatos Paulista (1999 e 2001), dois Brasileiros (1998 e 1999) e o Mundial de Clubes da Fifa (2000). No entanto, quando retornou ao futebol brasileiro em 2010, após 11 anos na Europa, ele teve seu contrato com o Palmeiras rescindido justamente por conta desse "caso de amor" com a camisa alvinegra.

Em entrevista ao UOL Esporte, ele relembrou a volta ao Brasil e sua passagem pela Academia de Futebol. Em 39 partidas com a camisa do time alviverde, marcou nove gols.

"Eu quis aceitar o desafio de voltar ao Brasil para ser treinado pelo Muricy Ramalho, sempre tive vontade. Independentemente de ser o Palmeiras, eu sempre fui um cara muito profissional, sempre fui um cara que honrei o meu trabalho, a camisa que eu jogava e eu acho que o tempo que eu fiquei dentro do Palmeiras, eu fui muito bem tratado, fui feliz dentro do Palmeiras. Foi um ano muito complicado pro Palmeiras, eu tive uma lesão no meu joelho, fiquei um tempo afastado, quando voltei é claro eu não estava 100%", disse.

"Perdemos a semifinal da Copa Sul-Americana para o Goiás e, quando voltei de férias, e fui comunicado que por ser torcedor corintiano, era um casamento que não deu certo e aí chegamos a rescindir o contrato, mas a minha passagem pelo Palmeiras foi boa, acabei fazendo gols, acabei sendo profissional", completou.

O Corinthians conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1999 e Ewerthon foi eleito a revelação da competição. Nos anos seguintes, se firmou no time principal e, ao lado de outros jogadores, escreveu seu nome na história da equipe com o primeiro título mundial. O ex-jogador afirma que, apesar de sua passagem pelo Parque São Jorge ter sido há muitos anos atrás, a torcida corintiana lhe trata bem até os dias de hoje.

"Graças a Deus, eu sou um cara bem reconhecido, principalmente por ter passado pelo Corinthians, por ter ganhado títulos, por ter jogado bastante aqui. Mas eu fui embora muito novo, essa é a grande verdade, quando eu voltei para jogar no Brasil, voltei para o Palmeiras. Então, fica essa coisa da rivalidade dos torcedores que é uma coisa bacana, de uma forma sadia", afirmou.

"Eu sou um cara que sou muito bem reconhecido pelo torcedor corintiano, claro que foram muitos anos atrás, então, a geração mais nova de hoje não acompanhou, não sabe a história das pessoas lá atrás, mas aonde eu vou eu sempre sou bem reconhecido, bem tratado pelo torcedor corintiano", acrescentou.

Com a camisa do Corinthians, Ewerthon atuou em 75 partidas e marcou 21 gols. Ele encerrou a carreira em 2014, pelo Atlético Sorocaba.

Atualmente com 39 anos, ele é dono de uma construtora em Goiânia com o seu pai e afirma não viver problemas financeiros: "Eu faço o meu dinheiro trabalhar para mim, então, eu vivo de rendas, sou aposentado. Na verdade, eu tenho capital e o meu capital faz girar em torno para mim. Tenho uma vida como se eu ainda jogasse bola, com o mesmo rendimento de quando eu parei de jogar bola", concluiu.

Passagem vencedora no Borussia Dortmund

Ewerthon - AP - AP
Imagem: AP

As boas atuações no Corinthians levaram Ewerthon ao futebol da Alemanha — foi contratado pelo Borussia Dortmund em 2001. Pelo time alemão, ele foi decisivo ao lado de Amoroso no título do Campeonato Alemão da temporada 2001/02. Porém, poucos se lembram dos feitos do atacante brasileiro na Europa. Segundo ele, isso é um problema cultural do brasileiro, que não 'reconhece seus ídolos'.

"Não é uma questão de reconhecimento. Infelizmente, nós temos uma cultura, isso é cultural, o brasileiro não reconhece os seus ídolos em praticamente em nada, é uma coisa de cultura. A minha carreira foi muito mais na Europa do que aqui, tive a felicidade de fazer uma grande carreira na Europa, principalmente no futebol alemão e no futebol espanhol", finalizou.