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Após sucessivas expulsões, Santos sofre com sequência de decisões do VAR

Cuca orienta o Santos durante partida contra o Sport, na Ilha do Retiro - Paulo Paiva/AGIF
Cuca orienta o Santos durante partida contra o Sport, na Ilha do Retiro Imagem: Paulo Paiva/AGIF

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

05/09/2020 04h00

A temporada 2020 não vem sendo nada fácil para o Santos. Depois de perder Marinho logo na primeira partida de 2020, ver o time sofrer uma expulsão em quatro jogos consecutivos, entre outras coisas, agora é a vez de o torcedor do Peixe sofrer com o VAR.

A equipe volta a campo na noite de hoje (5) para enfrentar o Ceará pela oitava rodada do Brasileirão. O jogo será no Castelão, em Fortaleza, a partir das 21h (horário de Brasília).

Foram pelo menos quatro lances capitais, para citar apenas os que mudaram efetivamente os placares dos jogos, nas últimas duas rodadas do Campeonato Brasileiro: dois gols anulados contra o Flamengo, um gol validado para o Vasco e um pênalti assinalado para o Cruz-Maltino com o auxílio da tecnologia.

O que revolta os santistas e o técnico Cuca é que todas as decisões foram milimétricas. Contra o Fla, Raniel tinha parte do ombro à frente da linha da bola, segundo a linha traçada pelo VAR, enquanto Jobson, que não tocou na bola, estava com o tronco à frente quando tentou o cabeceio — interpretado pela arbitragem como participação na jogada.

Diante do Vasco, os lances foram ao contrário, mas igualmente desfavoráveis ao Peixe. Fellipe Bastos marcou e o gol foi anulado pelo assistente de campo, mas validado pelo VAR em decisão milimétrica e controversa. Depois, o árbitro de vídeo chamou a revisão de um lance na área e foi marcado um pênalti após toque de mão de Alison. Cano converteu e tirou o que seria a vitória santista.

Além dos quatro lances de influência direta no resultado, os santistas ainda reclamam de um carrinho de Gustavo Henrique que acertou Marinho no duelo contra o Flamengo. O assistente marcou impedimento do camisa 11, decisão que foi comprovadamente equivocada, mas o VAR chamou análise para decretar se o toque havia sido dentro da área e revisar pênalti. Como foi fora da área, a partida seguiu com o impedimento errado - já que não pode se corrigir isso. Detalhe: Marinho ia em direção ao gol e entraria sozinho com o goleiro.

Após os dois jogos contra os cariocas, o técnico Cuca desabafou dizendo que o VAR "brincou" na Vila. Para Cuca, falta coerência ao árbitro de vídeo.

"Falta coerência, não adianta. Árbitro diz que não tem culpa, que vem de cima. Falta tudo, sei lá. A gente fica batendo na mesma tecla, fica chato vir na entrevista e falar, mas vou falar. Tudo está tenso. Temos que ajudar, de repente dar uma acalmada, entender que vão demorar. Jogador também entender. Mas não pode perder interpretação de campo, vai ficar robotizado. É para chamar por coisas grandes. Árbitro está a poucos metros, há o lance real e o do vídeo. O real entendeu que é interpretativo, não precisa chamar. Não é porque foi pênalti contra, mas a favor também deixa interpretação do juiz em campo."

Após estas polêmicas, o Santos encaminhou um ofício à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com lances destes últimos jogos. No material, o clube colocou em xeque o uso do VAR e pediu agilidade, além de respeito aos critérios.

FICHA TÉCNICA

CEARÁ x SANTOS

Data: 5 de setembro de 2020, sábado
Horário: 21h (de Brasília)
Competição: Campeonato Brasileiro (oitava rodada)
Local: Castelão, em Fortaleza (CE)
Árbitro: Wagner Reway (PB)
Assistentes: Oberto da Silva Santos e Kildenn Morais de Lucena (ambos da PB)
VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG)

CEARÁ: Fernando Prass; Samuel Xavier, Tiago Pagnussat, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; William Oliveira e Charles; Fernando Sobral, Vina e Leandro Carvalho; Cléber. Técnico: Guto Ferreira

SANTOS: João Paulo; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Carlos Sánchez; Marinho, Soteldo e Kaio Jorge. Técnico: Cuca

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