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Liga dos Campeões 2019/2020

Barça aposta tudo em Messi para que a crise não custe também a Champions

Irritado e com futuro incerto, Messi tem o peso da temporada nos ombros na retomada da Liga dos Campeões - Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images
Irritado e com futuro incerto, Messi tem o peso da temporada nos ombros na retomada da Liga dos Campeões Imagem: Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

Arthur Sandes e Flávio Latif

Do UOL, em São Paulo

08/08/2020 04h00

Eliminações seguidas, título espanhol perdido para o rival, esquema de jogo que não funciona e um craque frustrado em meio a boatos de sua saída: o Barcelona vive meses atípicos. Por isso, ao enfrentar o Napoli hoje (8), às 16h (de Brasília), joga não só para manter a temporada viva na Liga dos Campeões, mas também para evitar que a crise se torne incontrolável.

As atenções todas estão em Lionel Messi. Já estariam em condições normais, mas a má fase deu novo tempero ao seu protagonismo. O craque já demonstrou irritação dentro de campo e, em entrevistas, vive atrito com o técnico Quique Setién e tem sido obrigado a se virar em um time que pouco lhe ajuda. Por causa de tudo isso, surgiu uma polêmica quase inédita em sua carreira: a renovação ou não de seu contrato, que vence em junho de 2021.

Nesta semana o presidente do Barça, Josep María Bartomeu, mandou sinais trocados ao camisa 10. Por um lado, esfriou os boatos sobre uma possível transferência e disse que Messi jogaria no clube "para sempre"; por outro, reforçou que Setién permanece na próxima temporada. Um cumprimento, mas não um afago, o que não resolve a queda de braço.

O incômodo de Messi tem tudo a ver com a Liga dos Campeões. Há três semanas, após derrota do Barcelona, ele lembrou eliminações internacionais recentes, classificou os seis meses sob comando de Setién como "muito ruins" e deu um ultimato. "Se jogarmos assim contra o Napoli, perderemos."

Relembre o desabafo de Messi após revés para o Osasuña

Naquele mesmo dia, ainda durante o jogo, o craque argentino havia marcado um golaço e feito um gesto muito mais de impaciência do que de celebração. A sequência de desabafos, algo tão raro na carreira de Messi, acompanhou a perda do título espanhol para o Real Madrid. Ao Barcelona, restou a Liga dos Campeões, a última chance de evitar uma temporada sem títulos.

Desde 2009, o Barcelona levanta pelo menos um troféu todo os anos. Foram 29 títulos em 11 temporadas, em uma sequência toda construída em torno de Messi. Nesta temporada, por enquanto, só fracassos: perda da Supercopa da Espanha para o Atlético de Madri; eliminação nas quartas da Copa do Rei para o Athletic Bilbao; e o já citado vice do Espanhol. Falta a Champions.

O Barcelona tenta salvar a temporada às 16h (de Brasília) de hoje, contra o Napoli, precisando de uma vitória simples no Camp Nou — a ida partida de terminou em 1 a 1. Se no extracampo a crise machuca o clube e alimenta incertezas, dentro dele, Messi tem a chance de resolver de novo, e o adversário sabe disso. "Para marcar Messi, só em sonho ou talvez no videogame", brincou o técnico do time italiano, Gennaro Gattuso.