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Corinthians abraça roteiro do "4ª força", e Palmeiras prega sede de campeão

Matías Viña tenta passar pela marcação de Ramiro, na recente partida entre Corinthians e Palmeiras - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Matías Viña tenta passar pela marcação de Ramiro, na recente partida entre Corinthians e Palmeiras Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Samir Carvalho e Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo (SP)

05/08/2020 12h00

Corinthians e Palmeiras iniciam hoje (5), às 21h30 (de Brasília), o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, na Arena de Itaquera. O segundo e decisivo duelo ocorre sábado (8), no Allianz Parque. Os rivais entram em campo com posturas e discursos diferentes.

O Alvinegro abraça uma espécie de roteiro de "4ª força paulista", que deu certo em 2017, quando colocaram o Corinthians como último candidato ao título paulista entre os grandes de São Paulo, mas no fim o Timão foi campeão sob o comando de Fábio Carille, que iniciava a carreira de técnico. Aliás, Carille e companhia ainda conquistaram o Brasileiro no mesmo ano.

O Corinthians gostou da postura e utilizou nos anos seguintes, quando conquistou mais dois títulos estaduais e chegou ao tricampeonato paulista.

Agora, o Alvinegro abraça o discurso de "azarão", time que já estava eliminado, mas ressuscitou após quatro vitórias consecutivas: Palmeiras, Oeste, Red Bull e Mirassol.

A volta por cima ocorreu, principalmente, nas duas últimas rodadas da fase de grupos, quando o Timão precisava vencer os dois jogos (Palmeiras e Oeste) e ainda torcer pelo São Paulo contra o Guarani. Tudo ocorreu como planejado, mas o Alvinegro segue com a postura de "azarão", apesar de internamente estar confiante que pode conquistar o quarto título paulista consecutivo e se tornar o único tetracampeão após a profissionalização do futebol.

Palmeiras que encerrar jejum

A derrota na volta do Campeonato Paulista, ainda que tenha tido pouco impacto na classificação, mexeu com o clima no lado palmeirense para o dérbi. A atuação teve pontos elogiáveis, mas a torcida se irritou pelo histórico recente: desde 2017, foram só duas vitórias contra o maior rival. Por isso, o desejo é acabar de qualquer forma com as seguidas frustrações no clássico.

Depois de anos consecutivos sendo um dos clubes mais ativos no mercado, com investimentos bem mais altos que os do Corinthians, o Palmeiras busca uma nova identidade com Vanderlei Luxemburgo. Menos gastador, o clube começa a criar uma espinha dorsal apoiada pelo uso das categorias de base.

Os meio-campistas Patrick de Paula e Gabriel Menino chegam em alta, depois de boas atuações na volta do futebol. Defensivamente, o time corre poucos riscos e é o menos vazado na competição: seis gols sofridos. O que resta é conseguir tornar o ataque mais efetivo.

O último encontro entre as duas equipes é o exemplo claro disso: o Palmeiras finalizou duas vezes mais (19 a 8), e perdeu por 1 a 0. Contra a Ponte Preta, na semifinal, o jogo poderia ter sido resolvido no primeiro tempo, não fossem as chances desperdiçadas.

Nas conversas com os jogadores, Luxemburgo tem repetido o fato de poder entrar na história encerrando o jejum de 12 anos sem título paulista. E a forma de conseguir isso é tirando a imagem que a torcida criou de que este é um elenco que não reage em jogos grandes. Para esta noite, vale até fazer mistério: nem fotos foram divulgadas da atividade de ontem (4), que finalizou os preparativos do jogo.