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Palmeiras encara desafios em campo, com números e até no discurso de Luxa

Do UOL, em São Paulo

27/07/2020 04h00

Apesar das duas exibições abaixo da média que fez no retorno do Campeonato Paulista, o Palmeiras terminou a primeira fase da competição com a melhor campanha entre os grandes, marca que repete consecutivamente desde 2017. O desafio da equipe de Luxemburgo a partir de agora é ter um desfecho diferente dessas campanhas.

Há três anos, o Palmeiras fechou a fase de classificação com 25 pontos, na liderança geral. Então treinado por Eduardo Baptista, o Verdão carimbou o passaporte à semi com duas boas vitórias sobre o Novorizontino. Contra a Ponte Preta, porém, uma derrota por 3 a 0 no Moisés Lucarelli decretou a eliminação alviverde, apesar da vitória conquistada no jogo da volta em São Paulo, por 1 a 0.

Em 2018, sob o comando de Roger Machado, o Palmeiras voltou a terminar a primeira fase na liderança, desta vez com 26 pontos. Novorizontino (novamente) e Santos ficaram pelo caminho, mas o título acabou escapando nos pênaltis diante do Corinthians no Allianz Parque, uma partida que até hoje desperta discussões entre os rivais.

No ano passado, o Red Bull Brasil liderou a primeira fase com incríveis 27 pontos, acompanhado de perto pelo Alviverde, que somou 25. Com outra eliminação sobre o Novorizontino, o Verdão acabou fora da competição novamente em uma cobrança de pênaltis, desta vez contra o São Paulo, após dois empates sem gols.

As coincidências, entretanto, param por aí. Diferentemente das últimas temporadas, o Palmeiras não chega à fase final com um favoritismo tão grande, mesmo tendo uma equipe incontestavelmente competitiva. O próprio treinador reconheceu no último domingo (26) que seu time está "longe do ideal".

O entrosamento pré-pandemia foi perdido, assim como Dudu, sua principal estrela. Porém, apesar da desconfiança dos torcedores com as exibições "econômicas" do Palmeiras nessa temporada, Luxemburgo vê seu time "no caminho certo".

É verdade que esse cenário de "carta branca" pode ajudar Luxa a efetuar mudanças mais profundas sem tanto receio de mudar a identidade que a equipe construiu nas últimas temporadas e que resultou em uma série de títulos. Foi o que ele demonstrou no segundo tempo da vitória sobre o Água Santa. Após 60 minutos de muita posse de bola e pouca eficiência, o Palmeiras foi outro após as entradas de Ramires e Luiz Adriano, que possibilitaram a abertura dos volantes pelas laterais do campo. O "tudo ou nada" funcionou bem, ainda que por pouco mais de meia hora.

Além desse viés positivo, o atual cenário também desperta muitas pressões no treinador, entre as quais está a necessidade de extrair um bom rendimento do atacante Rony, maior investimento do Alviverde nesta temporada. Luxemburgo admitiu que a situação do atleta é "complicada", já que ele chamou a atenção do Palmeiras jogando em um clube com características de jogo que o favoreciam e o técnico deu a entender que o atual cenário é bastante diferente.

"O Athletico tinha um estilo de jogo reativo e ele é um jogador de velocidade, que precisa de 30, 40 metros... Uma defesa desarrumada. Muda de direção, desequilibra. O Palmeiras é proativo. Como pressionamos os adversários no campo deles, ele não tem 30 metros pra jogar, tem dez", afirmou o treinador.

Entre tantos desafios, o Palmeiras tentará se provar no mata-mata do Paulistão a partir de quarta ou quinta-feira (dependendo do que for acertado em reunião na FPF na manhã de hoje (27)) contra o Santo André, em partida única a ser disputada no Allianz Parque, pelas quartas de final da competição.

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