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Eleição no Cruzeiro: Granata tem ideia para dívida na Fifa: "há parceiros"

Ronaldo Granata foi segundo vice-presidente do Cruzeiro, mas se tornou desafeto da gestão passada - Divulgação/Cruzeiro
Ronaldo Granata foi segundo vice-presidente do Cruzeiro, mas se tornou desafeto da gestão passada Imagem: Divulgação/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

19/05/2020 04h00

Ronaldo Granata, candidato à presidência do Cruzeiro em eleição que ocorre na próxima quinta-feira (21), já traça planos para sanar o clube em caso de vitória no pleito. Desafeto da gestão de Wagner Pires de Sá, não conseguiu exercer o cargo de vice-presidente, conseguido nas urnas em 2017, e classifica a administração do ex-mandatário como "desastrosa".

Em entrevista ao UOL, revelou as suas propostas para as dívidas do clube e explicou por que quer ser dirigente do clube por apenas sete meses.

"O Cruzeiro faz parte da minha vida. Eu nasci no Cruzeiro, minha família reside na Avenida Augusto de Lima [endereço da sede da Raposa]. É inadmissível o momento que estamos vivendo. Como neto de Nicóla Granata, um dos fundadores de Palestra Itália, me sinto convocado para essa reconstrução. Montei uma chapa que trará ao clube o que hoje ele mais precisa, que é a credibilidade. O investidor precisa ter segurança para colocar dinheiro no Cruzeiro", disse Granata, falando ainda sobre o que pretende fazer com as dívidas na Fifa.

"Já temos parceiros na América e na Europa que negociaremos as dividas na Fifa. Vamos criar um fundo de investimento de direitos creditórios do próprio Cruzeiro. Já temos uma conversa, bastante adiantada, para a regulamentação na Comissão de Valores Mobiliários e no Banco Central."

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra com o dirigente:

UOL Esporte: Por que o senhor gostaria de ser presidente do Cruzeiro neste momento?

Ronaldo Granata: O Cruzeiro faz parte da minha vida. Eu nasci no Cruzeiro, minha família reside na Avenida Augusto de Lima [endereço da sede do clube]. É inadmissível o momento que estamos vivendo. Como neto de Nicóla Granata, um dos fundadores de Palestra Itália, me sinto convocado para essa reconstrução. Montei uma chapa que trará ao clube o que hoje ele mais precisa, que é a credibilidade. O investidor precisa ter segurança para colocar dinheiro no Cruzeiro

UOL Esporte: O que fazer para viabilizar um clube que tem uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão depois da administração anterior?

Ronaldo Granata: Como eu te disse anteriormente, só viabilizaremos verbas para sanar essas dividas se tivermos credibilidade. Tenho conversas adiantadas com vários empresários, bancos, investidores... E todos, quando iniciamos esse papo, nos passaram esse receio de investir no Cruzeiro anteriormente. Jeito tem, pessoas interessadas nós temos, então, daremos a eles essa segurança mostrando nossa lisura.

UOL Esporte: Quais são as suas propostas para a área financeira e para o âmbito desportivo do clube?

Ronaldo Granata: Precisamos primeiro enxugar a folha de pagamento do Cruzeiro. Infelizmente, há muito anos o clube vem sendo cabide de emprego. Há setores que tem 15 funcionários e que funcionaria perfeitamente com sete, por exemplo. É preciso pé no chão, perdemos muito em arrecadação por estarmos na Série B. Outra proposta imediata é alugarmos a sede administrativa e realocar todos na Toca I, Toca II e nos clubes.

UOL Esporte: Como avalia a gestão de Itair Machado e Wagner Pires de Sá?

Ronaldo Granata: Desastrosa.

UOL Esporte: Houve uma briga sua com a gestão anterior. Qual o motivo?

Ronaldo Granata: Eu nunca participei da gestão anterior. Rompi com eles em dezembro, logo após ganharmos as eleições. Na posse, que aconteceu no CineBrasil, meu nome ao menos foi citado, pedi o microfone para me pronunciar e me foi negado. Não tinha sala na sede administrativa, não tinha vaga na garagem do prédio.

UOL Esporte: Como contribuir com as investigações da polícia e do Ministério Público sobre os antigos dirigentes do Cruzeiro?

Ronaldo Granata: Na minha gestão, pode ter certeza que o clube estará à disposição da polícia. Eu, como todo cruzeirense, tenho muito interesse nessas investigações.

UOL Esporte: Qual a sua avaliação do trabalho feito pelo conselho gestor?

Ronaldo Granata: Por mim, eles continuariam até dezembro. Eles fizeram um trabalho muito importante no Cruzeiro e em um curto tempo. Só registrei minha candidatura, junto a meus vices, quando o Emilio [Brandi] retirou a dele, pois eles teriam o meu voto. Hoje estou candidato, pois não aceito a volta da velha política que a oposição carrega nas costas.

UOL Esporte: Estaria disposto a presidir o clube somente por alguns meses, no mandato tampão sugerido pelo conselho gestor? Por quê?

Ronaldo Granata: Sou candidato desta eleição, estou mais que disposto. Minha preocupação é com o agora, o Cruzeiro precisa se reerguer o mais rápido possível.

UOL Esporte: O senhor tem bagagem no futebol? Qual o modelo de gestão pretende adotar no Cruzeiro?

Ronaldo Granata: Minha bagagem está no sangue e na vivência de anos dentro do Cruzeiro. Presidir o clube não se resume somente ao futebol. O Cruzeiro está onde está por falta de gestão. Meus vices são empresários internacionalmente conhecidos e bem relacionados. Maurício Silva é do setor financeiro e o Aílton Ricaldoni é dono da Clamper.

UOL Esporte: Como viabilizar as dívidas na Fifa?

Ronaldo Granata: Já temos parceiros na América e na Europa que negociaremos as dividas na Fifa. Vamos criar um fundo de investimento de direitos creditórios do próprio Cruzeiro. Já temos uma conversa, bastante adiantada, para a regulamentação na Comissão de Valores Mobiliários e no Banco Central.

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