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Ex-Corinthians relata quarentena na Grécia: "Mando SMS para sair de casa"

Atacante Léo Jabá (à direita) em ação pelo PAOK, time da cidade de Tessalônica, na Grécia - Maxim Malinovski/AFP
Atacante Léo Jabá (à direita) em ação pelo PAOK, time da cidade de Tessalônica, na Grécia Imagem: Maxim Malinovski/AFP

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

18/04/2020 04h00

Uma rígida quarentena na Grécia por causa do coronavírus, com necessidade de permissão via SMS até para sair para ir ao mercado. Há quase três temporadas na Europa, Léo Jabá, atacante revelado pelo Corinthians, enfrenta o isolamento social na cidade de Tessalônica, onde atua pelo PAOK.

"Estamos em quarentena desde 6 de março. Está tudo fechado, só mercado e farmácia abertos. A cidade aqui não teve muitos casos, está bem controlado. Tem mais casos em Atenas [capital do país]", contou o atacante em entrevista ao UOL Esporte.

"Para sair de casa precisa mandar um SMS para a polícia. Eles mandam um retorno. Se a polícia parar, precisa mostrar. Se não tiver, toma uma multa de 300 euros. A segunda vez é prisão", explicou Léo Jabá, que frisou ainda que não existe previsão para o fim do isolamento.

O atacante, que defende o PAOK há quase dois anos, vive sozinho na Grécia, mas hoje tem a companhia da mãe, que já estava em Tessalônica quando os primeiros casos de coronavírus foram registrados no país. A presença dela ajuda a encarar o isolamento social.

Léo Jabá mantém a forma com treinos diários montados por um fisioterapeuta particular. Em casa, faz fortalecimento muscular a fim de estar em boas condições físicas no retorno ao PAOK, que é o atual campeão grego.

Mas o atleta de 21 anos sente a falta do pai, que vive em São Mateus (zona leste de São Paulo). Desde que deixou o Corinthians para acertar com o Akhmat Grozny, da Rússia, no meio de 2017, Léo Jabá vê o pai e a mãe se revezarem nas visitas.

Jabá - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Léo Jabá defendeu o time profissional do Corinthians em 20 jogos, com um gol marcado
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

"Um precisa ficar em São Paulo porque eles ainda têm um comércio no bairro", contou o atacante, que ajudava os pais a tocarem o negócio quando era menor, antes de entrar para o futebol.

Naquela época, Léo Jabá teve de decidir entre as categorias de base de Corinthians e São Paulo. Segundo o atacante, ele jogava na escolinha do time tricolor, quando foi visto por um olheiro que o levou para fazer um teste em Cotia. Ele passou e ficou um ano no clube.

"Surgiu, então, a chance de fazer um extra na Fundação São Caetano. Aí meu nome chegou ao Corinthians. Comecei a treinar nos dois clubes e, então, meu pai pediu para eu decidir. Ele disse que eu tinha a cara do Corinthians. Era o sonho da família", contou.

Léo Jabá estreou no Corinthians em 2016, seis anos depois de começar nas categorias de base do clube. O atacante fez seu primeiro gol na temporada seguinte, mas logo foi vendido ao futebol russo. Mesmo longe, ele buscava acompanhar o time antes da paralisação dos campeonatos por conta da epidemia.

"Era mais fácil ver jogos do domingo, porque aqui era cedo ainda. Durante a semana é mais complicado acompanhar, pois já é madrugada. Mas eu sempre acordava e via as notícias", disse.

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