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Feliz com títulos do Fla, Jean Lucas tem "rival" como inspiração no Lyon

Jean Lucas comemora gol do Lyon contra o Angers - REUTERS/Emmanuel Foudrot
Jean Lucas comemora gol do Lyon contra o Angers Imagem: REUTERS/Emmanuel Foudrot

Alexandre Araújo e Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

16/04/2020 04h00

Fruto da base do Flamengo, o volante Jean Lucas acabou, por força do destino, acompanhando de longe o vitorioso ano do Rubro-Negro. O jogador, que foi promovido ao elenco profissional em 2018, iniciou 2019 no grupo principal e tendo chances sob o comando de Abel Braga, mas ainda em fevereiro foi emprestado ao Santos e, em julho, negociado junto ao Lyon, da França.

A transação envolvendo o jovem ajudou o Flamengo a manter a "boa fase" nos cofres. Para que a tratativa fosse concretizada, o clube francês desembolsou 8 milhões de euros (cerca de R$ 34 milhões, segundo cotação da época). O Rubro-Negro tinha 80% dos direitos econômicos.

Do outro lado do Oceano Atlântico, Jean Lucas acompanhou o time comandado por Jorge Jesus conquistar o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.

Jean Lucas tem multa no valor de 30 milhões de euros e ainda é uma aposta do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

"Saí no ano em que o clube conquistou muitos títulos, mas fiquei muito feliz pelo Flamengo. É um clube muito grande, um dos maiores do mundo, e tem de estar sempre ganhando. Eu fiquei muito feliz pelas conquistas", disse o jogador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Na final da Libertadores, o Flamengo encarou o River Plate, da Argentina, time que já foi vítima de Juninho Pernambucano, atual diretor esportivo do Lyon e com quem Jean Lucas tem se aconselhado.

Ídolo vascaíno, Juninho foi autor do gol sobre os 'Millonarios', no Monumental de Nuñez, que garantiu o Cruz-Maltino na final da Libertadores de 98. A façanha ganhou música que, até hoje, é cantada nas arquibancadas.

"Não tenho o que dizer dele. É o maior jogador da história do clube, tem muita moral. Temos, sim, uma relação. Batemos papo quando podemos e ele me dá muitos conselhos. Ele jogou no mesmo setor que eu, no meio, então, ele me dá alguns toques como jogar rápido, não segurar a bola, prender no campo de ataque... Juninho é muito gente boa e me ajuda bastante", apontou.

Na chegada ao Lyon, Jean Lucas teve ainda a ajuda de outro brasileiro, o então técnico Sylvinho, ex-lateral de Corinthians e Barcelona — ele deixou o clube em outubro, após um começo ruim no Campeonato Francês.

"No início, sempre tem as dificuldades. Cheguei sozinho, meus pais ficaram [no Brasil] para resolver algumas questões do visto. Mas, com a ajuda de Deus e dos brasileiros, pude me adaptar o mais rapidamente possível. Quando cheguei, o treinador era o Sylvinho e isso ajudou muito porque não precisou que os companheiros traduzissem tanto para mim", lembrou ele, que completou:

"Em relação à língua, eu e meu pai estamos fazendo aula em casa para aperfeiçoar cada vez mais. Acho a língua francesa uma das mais bonitas do mundo e quero aprender, levar alguma coisa do país para a minha vida."

Na conversa com o UOL Esporte, o volante voltou a salientar a importância que o técnico Jorge Sampaoli, ex-Santos e hoje no Atlético-MG, teve para a carreira dele.

Jean Lucas recebe instruções para entrar no jogo pelo Santos - Ivan Storti/Santos FC - Ivan Storti/Santos FC
Imagem: Ivan Storti/Santos FC

"Sampaoli é um treinador excepcional, me ajudou muito no início de carreira. Ele me dava muitos conselhos. As dificuldades que eu tinha, eu chamava ele em um canto ou ele me chamava. Ele dizia: 'Faz isso que vai se dar bem', 'Faz isso que vai chegar à seleção brasileira, alcançar coisas grandes'. Sempre pedi conselhos a ele. Nos jogos, sempre me ajudou na questão de posicionamento. Sampaoli ajudou muito na minha evolução no futebol", concluiu.