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Barcelona elege Neymar como prioridade máxima; pandemia é obstáculo

Neymar comemora girando a camisa após a classificação do PSG na Liga dos Campeões - Aurelien Meunier - PSG/PSG via Getty Images
Neymar comemora girando a camisa após a classificação do PSG na Liga dos Campeões Imagem: Aurelien Meunier - PSG/PSG via Getty Images

Pedro Lopes e João Henrique Marques

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Paris (França)

02/04/2020 04h00

As competições de futebol ao redor do mundo estão suspensas devido ao coronavírus, mas, fora de campo, clubes seguem se movimentando. No Barcelona, Neymar voltou a ser a prioridade número um, e há consenso sobre tentar repatriá-lo para a próxima temporada. A pandemia, entretanto, pode acabar se tornando um obstáculo para o clube da Catalunha.

O UOL Esporte apurou que havia certo receio no Barça em investir em Neymar após dois anos repletos de lesões em momentos decisivos. A sequência de atuações do brasileiro de dezembro a março, entretanto, aplacou esse sentimento. Ao liderar o PSG na classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões sobre o Borussia Dortmund, Neymar mostrou que retomou seu auge físico e técnico.

O atacante brasileiro ainda tem prestígio no vestiário do Barcelona, e mantém amizade com Messi e Suárez, que já expressaram mais de uma vez à diretoria o desejo de contar com o ex-companheiro de volta. Na medida em que os dois astros envelhecem, cresce na diretoria do clube catalão a avaliação de que é necessária a contratação de uma estrela de primeira linha do futebol mundial para manter o patamar o clube - hoje Neymar é o primeiro da lista.

A partir de junho, a legislação de Registros e Transferências da Fifa permite que o camisa 10 deixe o PSG mesmo contra a vontade do clube. Nesse cenário, ele iria para o Barcelona e a entidade máxima do futebol mundial arbitraria uma indenização a ser paga ao clube parisiense. Essa possibilidade já foi amplamente estudada pela diretoria do Barça e pelo próprio entorno do jogador, mas não é a preferida.

Uma transferência litigiosa de um jogador da estatura de Neymar envolvendo dois clubes do primeiro escalão europeu poderia causar um incidente diplomático grave. Por isso, o Barcelona aposta em convencer o PSG na mesa de negociações, oferecendo dinheiro e um ou mais atletas - Coutinho é um dos nomes cogitados.

O principal trunfo é a má relação entre Neymar e Leonardo, diretor de futebol do PSG. As discordâncias entre o brasileiro, diversos outros atletas e o dirigente têm sido cada vez maiores no vestiário, e o ambiente vinha se deteriorando até a paralisação das atividades. Isso dá ao Barcelona esperança de que o clube decida negociar seu camisa 10 por um bom valor financeiro e um ou dois jogadores de renome.

A pandemia do coronavírus, entretanto, pode gerar diversos obstáculos. O Barcelona já fechou seu museu e suas lojas na Espanha, e precisou negociar com os jogadores uma redução salarial de cerca de 70%. Uma paralisação superior a dois meses irá afetar a capacidade de realizar contratações até o final do ano.

Há também incerteza sobre a própria janela de transferências - não foi anunciada nenhuma medida até agora, mas existe a possibilidade de que a janela se abra em julho sem que as competições tenham sido retomadas. Neste cenário, é possível que Fifa e Uefa adotem medidas e modifiquem os períodos de inscrição das competições para adaptá-los.

Enquanto a paralisação segue, Neymar está em isolamento em sua casa em Mangaratiba, Rio de Janeiro, realizando treinamentos por conta própria.