Topo

Crucial na montagem do Grêmio sub-20, diretor repete modelo no Atlético-MG

Júnior Chávare é diretor da base do Atlético-MG - Reprodução/TV Galo
Júnior Chávare é diretor da base do Atlético-MG Imagem: Reprodução/TV Galo

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

16/01/2020 04h00

Diretor das categorias de base do Atlético-MG há oito meses, Júnior Chávare foi responsável por formar boa parte do time sub-20 do Grêmio, rival de hoje, às 17h (de Brasília), nas oitavas de final da Copa São Paulo de Futebol.

Dirigente da equipe gaúcha entre 2013 e 2016, com uma breve passagem pelo São Paulo, ele repete o que era feito no Rio Grande do Sul em sua passagem pela Cidade do Galo. Segundo o dirigente, o mais relevante é ter uma captação agressiva no mercado da bola.

"É muito semelhante ao que estamos fazendo no Atlético. É uma captação agressiva, em que buscamos cada vez mais atletas com qualidade para jogar no time. Estou completando oito meses no Atlético, tivemos mais de 4.500 jogadores avaliados fora do CT. É uma captação agressiva, colocar a equipe na rua, observando jogos. Não somos o pessoal do jogo na TV, somos o pessoal do campo ruim, da grama ruim... É aí que vamos buscar jogadores. Dificilmente, vamos buscar um jogador que está em uma equipe grande", disse Júnior Chávare em entrevista ao UOL Esporte.

"Eu, desde que trabalhei na Juventus, da Itália, venho desenvolvendo um banco de dados pessoal. O Echaporã e o Calebe fazem parte do meu banco de dados pessoal. Eles estão dentro do perfil, trabalharam comigo. Fomos buscá-los. O grande diferencial que temos é o banco de dados. Eu faço questão de deixar esse legado. O Atlético está desenvolvendo o seu próprio banco de dados, a partir do meu. A Copa São Paulo, por exemplo, nós assistimos a todos os jogos. Temos relatório de todos os jogos da primeira fase. Temos 57 jogadores destaques da Copa São Paulo. A gente não pode participar de loucuras que a base vem fazendo no país", acrescentou.

Ele ainda se lembra com carinho da passagem pelo Grêmio. Chávare diz ser o responsável por levar boa parte do atual time sub-20 gremista para o clube, no início da década.

"É uma geração que, em 2013, era sub-11, sub-12. É importante ter jogador semi-pronto para dar retorno ao clube. Mas é importante trabalhar com os jovens para desenvolver competitividade. A gente investe pesado para ver os jogadores crescendo. Eu vejo no Grêmio hoje o que foi plantado a partir de 2013. Amanhã [hoje], eu vou ver o meu passado e a minha realidade. Os meninos que vimos com 11, 12 anos estão chegando a uma Copa São Paulo. É um modelo que estamos começando também aqui no Atlético", afirmou.

"De 2013 para cá, se você pegar as gerações todas, só para a gente fazer uma conta rápida, eu tinha jogadores 2002, 2001... Eles tinham 12, 13 anos no máximo. São dois sentimentos bem claros. O primeiro é a satisfação de ver que o trabalho foi bem realizado. O que foi idealizado lá atrás está sendo colhido hoje. Eu fico com sensação de alegria, felicidade e realização", completou.

Nas oitavas de final da Copa São Paulo, Júnior Chávare é cauteloso em relação ao título. Ele prefere destacar a revelação de atletas.

"Eu sou um cara pragmático quanto a isso. Base é feita para revelar jogadores. Títulos são bem-vindos quando você está com um gigante brasileiro, mas eles são consequência do trabalho. O Grêmio nunca ganhou uma Copa São Paulo, mas é um dos clubes que mais revela nos últimos anos. É a convicção que tivemos no passado e continuamos tendo hoje. Ela será colocada no Atlético também. Temos que ter convicção do que estamos fazendo. A categoria de base tem o foco de revelar atletas. As conquistas serão sempre bem-vindas e elas virão", declarou.