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Oscar sonha em voltar à seleção, mas não quer deixar China agora

Oscar em ação pelo Shanghai SIPG; meia é destaque da equipe chinesa - Masashi Hara/Getty Images
Oscar em ação pelo Shanghai SIPG; meia é destaque da equipe chinesa Imagem: Masashi Hara/Getty Images

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

10/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Desde 2017 na China, meia Oscar sonha em voltar à seleção brasileira
  • Jogador de 28 anos atuou pelo Brasil pela última vez na Copa de 2014
  • Com Tite, ele teve uma convocação, em 2016, mas não entrou em campo
  • Com contrato com o Shanghai SIPG até o fim de 2020, ele não pensa em sair agora

De titular absoluto na Copa do Mundo de 2014 a nunca mais ter jogado pelo Brasil. Aos 28 anos, o meia Oscar saiu do radar da seleção nos últimos anos, especialmente desde sua mudança do Chelsea para o futebol chinês, em 2017. Mas ele afirma que não pensa em deixar o Shanghai SIPG no momento e acredita que suas atuações de destaque no país asiático podem fazer com que ele realize o sonho de ser convocado novamente.

Em entrevista ao UOL Esporte, Oscar falou sobre a qualidade da liga chinesa e, apesar que avaliar uma melhora constante nesse quesito, admitiu que jogar longe de um grande centro do futebol diminui a chance de qualquer atleta na seleção. Ainda assim, lembrou que a qualidade dos brasileiros que atuam por lá já é conhecida —Renato Augusto, por exemplo, foi para a Copa de 2018 quando jogava pelo Beijing Guoan.

"O campeonato está cada vez mais competitivo nesses três anos, e eu estou muito feliz. Espero que fique cada vez mais competitivo. Isso ajuda o futebol a crescer. Cada vez mais vai melhorando, nesses três anos o campeonato e os jogadores foram evoluindo. No momento, não estou pensando em sair ainda", disse o camisa 8.

"Sobre voltar à seleção, acho que afasta qualquer jogador que está na China. Mas todo mundo sabe da qualidade dos jogadores que estão, então todo mundo sempre tem a possibilidade de voltar, sim", afirmou.

Com Tite, Oscar foi convocado só uma vez, em setembro de 2016, para os duelos contra Bolívia e Venezuela nas Eliminatórias da Copa. Porém, não entrou em campo em nenhuma das partidas. "Fui uma vez só. Ele (Tite) é um bom treinador e faz um grande trabalho no Brasil. Se eu voltar alguma vez a ser treinado por ele, fico feliz", disse o jogador.

Para 2020, a federação chinesa implantou um teto salarial para estrangeiros, na intenção de controlar os gastos altos que os times fazem nesse sentido - Oscar, por exemplo, está entre os atletas mais bem pagos do mundo, com vencimentos anuais na casa dos 24 milhões de euros por ano. A intenção do jogador, a princípio, é cumprir seu contrato, que vai até o final deste ano.

No Shanghai SIPG, Oscar se consolidou como um dos principais jogadores da liga chinesa. Ele foi o líder de assistências do time na temporada passada, com 11 passes para gol, e ajudou sua equipe a ficar na terceira colocação. Apesar de estar bem adaptado, ele reconhece que a saudade do país natal às vezes bate.

"Dá saudade do Brasil, ver os amigos e a família. Acompanho bastante o Inter, o Brasileirão em si. Acompanhei o Flamengo, foi legal ver um time que está jogando tão bem. Mas não chega muito disso na China, é muito difícil. Talvez chegue um pouco mais na Europa", concluiu.