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Italiano 2019/2020

Verona bane torcedor até 2030 por caso de racismo contra Balotelli

Mario Balotelli, em jogo pelo Brescia pelo Campeonato Italiano - Marco Bertorello/AFP
Mario Balotelli, em jogo pelo Brescia pelo Campeonato Italiano Imagem: Marco Bertorello/AFP

05/11/2019 12h59

O mais recente caso de racismo contra o atacante Mario Balotelli ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (5). O líder da torcida organizada do ellas Verona, Luca Castellini, foi banido dos jogos do clube gialloblù até 2030.

Castellini, que pertence ao partido de extrema-direita Força Nova, afirmou em uma entrevista à emissora "Rádio Cafè" que Balotelli "nunca será totalmente italiano" e negou qualquer insulto racista por parte da torcida do Hellas.

De acordo com um comunicado divulgado hoje (5) pelo time veronês, os comentários de Castellini foram "contrários aos princípios e valores éticos" do clube. Em contrapartida, quatro vereadores de Verona apresentaram uma moção contra Balotelli, que é acusado de ter difamado a cidade.

Os políticos que assinaram o documento foram Andrea Bacciga, Alberto Zelger, Paolo Rossi e Anna Grassi.

"Ninguém presente no estádio ouviu os insultos, nem o público, nem o banco de reservas do Brescia e nem os jornalistas na linha lateral. Não é aceitável que Verona seja atacada, mesmo quando, como neste caso, nada aconteceu", diz a moção apresentada.

O jogador do Brescia, por sua vez, recebeu através das redes sociais mensagens de apoio da Roma e de Lapo Elkann, herdeiro da Fiat. "A Roma está do lado de Mario Balotelli pelos insultos racistas de domingo. Seja 20 ou 200 pessoas, o racismo é inaceitável. É hora de escolher qual lado tomar, entre aqueles que estão prontos para se opor ao racismo e aqueles que o permitirão destruir o jogo que amamos", escreveu o clube da capital italiana.

O setor do estádio Marc'Antonio Bentegodi que partiu os insultos racistas contra Balotelli, o "Poltrone Est", ficará um jogo com os portões fechados. A punição será cumprida no duelo contra a Fiorentina, no dia 24 de novembro.

O governador da região do Vêneto, Luca Zaia, admitiu que não ouviu os cânticos racistas contra Balotelli, mas disse que os responsáveis de insultos raciais "devem ser punidos".

"Por culpa minha, estava muito ocupado e ainda não ouvi os cânticos contra Balotelli no estádio do Verona e , portanto, não sou capaz de entrar no assunto e não quero comentar a história.

Só posso dizer que aqueles que saem dos trilhos devem ser punidos", disse Zaia.

Caso

Tudo aconteceu durante a partida entre Hellas e Brescia, no domingo (3). Na etapa final, quando o time da casa vencia por 1 a 0, Balotelli pegou a bola com as mãos perto da bandeirinha de escanteio e a chutou na direção da arquibancada.

Na sequência, o atacante ameaçou a sair de campo e se dirigiu para os vestiários, mas foi convencido por companheiros e adversários a ficar. Vídeos feitos na arquibancada e divulgados nas redes sociais mostram diversos torcedores do Verona imitando macacos quando Balotelli pega na bola.

(Com informações da Ansa)