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Autuori critica demora da diretoria, G. Henrique desabafa e não sabe futuro

Gustavo Henrique comemora gol do Santos contra o Palmeiras - Fernanda Luz/AGIF
Gustavo Henrique comemora gol do Santos contra o Palmeiras Imagem: Fernanda Luz/AGIF

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

16/10/2019 10h35

O Superintendente de Futebol do Santos, Paulo Autuori, fez questão de vir até a sala de imprensa do CT Rei Pelé na manhã de hoje para esclarecer a situação do zagueiro Gustavo Henrique. O diretor já havia afirmado que não vai estar sempre à disposição da imprensa, mas abriu uma exceção para defender o camisa 6.

Ao contrário do presidente José Carlos Peres, que já disse no passado que Gustavo Henrique poderia ser afastado do elenco santista, Autuori foi firme ao dizer que o zagueiro estará à disposição do técnico Sampaoli enquanto o argentino quiser.

"Comigo aqui, ele vai jogar. E a única pessoa que pode dizer que não joga é o técnico. Tem história no clube, já renovou três vezes e se não houver continuidade, foi por erro de planejamento do clube, sem fazer com a antecipação necessária. Se querem afastar e não jogar, que primeiro me afastem. Enquanto quiser colocar para jogar, o técnico vai colocar. Interferência de dentro do clube terá que primeiro passar por cima de mim. É eu não estar aqui. E isso claramente pode acontecer. Estou acostumado a defender o grupo que eu trabalho", disse Autuori.

Ao lado de Autuori durante os dizeres, Gustavo Henrique foi então ao microfone. O zagueiro desabafou, lamentou a falta de reconhecimento do Peixe e deixou o futuro em aberto.

"Esperava a procura pela renovação do contrato, faltavam sete meses e não fui chamado. Esperava o reconhecimento de me chamar antes, fui chamado faltando dois meses para poder assinar um pré-contrato. Sempre manifestei meu desejo de jogar um dia na Europa e fui procurado por alguns clubes do Brasil, não abri negociação, esperei o Santos tentar melhorar ou algo assim. A partir do momento que fui chamado para receber a proposta de renovação eu estava com a cabeça de que iria sair, porque não havia sido chamado antes. Meu pensamento era a Europa, quem não quer? Foi desde pequeno isso. Comecei a ficar dividido entre ir para a Europa ou renovar. Quando recebi a proposta, pedi para meu empresário viajar para Europa para que algum clube pagasse algum valor, multa é impossível. Mas clube da Europa não vai pagar multa sabendo que ia sair em dois meses. Meu desejo de jogar na Europa é real e recebi de outros clubes. Estamos nessa, de esperar um pouco mais, sem ter pressa. Vou escolher o que for melhor para mim e para minha família. Se eu ficar, vou continuar trabalhando. Se sair, vai ser de cabeça tranquila. Sei que sempre dei meu melhor", disse Gustavo.

"Vou pensar na minha felicidade e da minha família. Se eu for ganhar milhões e não ser feliz, vou viver dentro de um aquário e não conseguirei sair de lá. Claro que o financeiro é importante, estou com 26 anos, tenho família, mais oito ou 10 anos de carreira e tenho que pensar no financeiro, sim. Não quero extorquir, extorquir não. Não quero pedir além, sei o que o Santos pode pagar, é salário bom, mas não se compara com outros mercados que vieram atrás de mim. Sempre me dediquei muito a esse clube. Se um dia eu sair, vai ser com cabeça erguida, pela porta da frente. Aqui se valoriza muito quem vem de fora, não valorizam quem realmente se importa com o clube", completou.

No Santos desde as primeiras categorias de base, Gustavo Henrique já afirmou em outras ocasiões que é santista desde criança e que realiza um sonho atuando pelo Peixe. O contrato do defensor com o clube vai até o final de janeiro do ano que vem.

Apesar de não ter convencido Sampaoli logo de cara, Gustavo Henrique se tornou líder da equipe, vice-capitão do time e é o zagueiro que mais entrou em campo na temporada.

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