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Sem crédito em bancos, Coritiba obtém investidor para fechar contas do ano

Terreno comprado pelo Coritiba para construção do CT de Campina Grande do Sul - Divulgação/Coritiba
Terreno comprado pelo Coritiba para construção do CT de Campina Grande do Sul Imagem: Divulgação/Coritiba

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/10/2019 16h10

O Coritiba recorreu ao fundo de investimento FIDC Sport Parners, representado na operação pela CM Capital Markets, para conseguir R$ 4 milhões e ter caixa para terminar a temporada enquanto tenta o retorno à elite do Campeonato Brasileiro. Sem sucesso ao pedir empréstimo em bancos tradicionais, o Coxa recorreu a uma prática diferente para conseguir o capital: debênture, uma modalidade em que um investidor injeta dinheiro para obter retorno futuro. Como garantia, o clube dispôs o terreno do CT de Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, cuja obra está parada.

O Coritiba buscou o dinheiro para fechar o ano com possibilidade de deixar salários e premiações em dia. Atualmente na sexta posição da Série B, o clube não quer correr o risco de falhar em seus compromissos na reta final da competição e passar mais um ano na segunda divisão nacional.

Publicação no Diário Oficial do Estado do Paraná mostra acordo do Coritiba com fundo de investimento - Reprodução - Reprodução
Publicação no Diário Oficial do Estado do Paraná mostra acordo do Coritiba com fundo de investimento
Imagem: Reprodução

A negociação foi publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná no dia 2 de outubro e confirmada pelo UOL Esporte. O clube precisará devolver o valor, acrescido de juros de cerca de 2% ao mês, até dezembro de 2020. Caso não o faça, pode perder o terreno do CT. O grupo investidor irá pagar o Coritiba em três parcelas - até a publicação desta matéria, não havia recebido a primeira.

A empresa investidora tem cinco sócios e sede em Luxemburgo, na Europa. Seus proprietários são investidores com atuação no mercado financeiro brasileiro em empresas como a Sul-America seguros, o Banif e o Banco Votorantim, um dos acionistas da FIDC Sport Partners.

Negociação incomum pelo valor envolvido

A operação chama a atenção pelo valor baixo para o uso da ferramenta debênture, modalidade de investimento financeiro que reúne um investidor no aporte de dinheiro, como se fossem ações, mas sem oscilação com Bolsa de Valores e com juros pré-fixados. O investidor socorre a empresa que promove a aplicação no mercado na expectativa de reaver o dinheiro com lucro, enquanto o socorrido consegue habitualmente juros menores do que teria de pagar a outras entidades financeiras.

Os valores habituais de debêntures, porém, costumam superar a casa dos R$ 20 milhões. Valores menores são habitualmente obtidos em empréstimos com bancos, desde que a empresa tenha boa reputação financeira.

Avaliado à época em R$ 1,7 milhão, o terreno para o CT de Campina Grande do Sul foi adquirido na gestão Jair Cirino dos Santos (2008-11), mas o projeto nunca saiu do papel. O clube não conseguiu avançar na construção do centro de treinamentos por conta de restrições ambientais, já que não teve aval do Instituto Ambiental do Paraná.

Em abril deste ano, a atual diretoria do Coxa tentou aval do Conselho Deliberativo para negociar o terreno, mas o pedido foi rejeitado por unanimidade. Entretanto, como o pagamento do investimento está dentro do prazo da atual gestão, o uso do CT como aval para o investimento dispensa a aprovação do Conselho Deliberativo.

Por meio de comunicado emitido por sua assessoria de imprensa, o Coritiba se manifestou sobre o tema, mas não entrou em detalhes.

"As ações administrativas/financeiras do Coritiba são idôneas e cumprem os devidos processos internos. Sobre esta afirmativa, dentre tantas outras medidas, confirmamos o estudo de viabilidade de empréstimo, uma medida legítima. Todavia, em defesa à austeridade da instituição, esta diretoria reserva-se ao sigilo e não comenta outros detalhes sobre o assunto", informou.

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