Brasileirão tem concussões em dois jogos, e CBF valoriza novo protocolo

A primeira rodada do Brasileirão já teve uso do novo protocolo de concussão, que prevê uma substituição a mais, caso algum jogador não consiga ficar no jogo após uma pancada na cabeça.

O que aconteceu

Em duas das dez partidas da rodada houve alguma substituição confirmada com base no protocolo de concussão, após pancadas na cabeça.

O primeiro a usar o recurso foi o volante Marlon Freitas, do Botafogo, substituído contra o Cruzeiro.

Matías Viña, do Flamengo, e Adriano Martins, do Atlético-GO, bateram de cabeça e também não conseguiram seguir no jogo. Houve um corte na testa do defensor do time goiano. O lateral do Fla foi conduzido a um hospital para avaliações.

No Vasco x Grêmio, Kannemann chegou a ser tirado de campo com suspeita de concussão após se chocar com Matheus Carvalho. Mas o médico do clube mudou o diagnóstico. A sexta substituição, ao fim das contas, não foi habilitada.

Para a CBF, o número de ocorrências logo na primeira rodada do Brasileirão é um sinal de que o uso do protocolo é um acerto.

Porém, a entidade vai averiguar o que aconteceu na situação envolvendo Kannemann. Em tese, se o cartão vermelho é acionado para a troca por concussão, ele não pode ser retirado depois.

Mostra para nós que estamos corretos em fazer a proteção do jogador. Estamos vendo que cada vez acontece mais. Poderia passar despercebido porque não tinha o mecanismo, mas esse é o caminho. É uma coisa nova. Temos que ir adiante. Na primeira rodada, já mostrou que valeu a pena Jorge Pagura, presidente da comissão médica da CBF

Como ficam os jogadores

A substituição adicional acontece quando o médico do clube percebe que o jogador apresenta sintomas apontando para concussão. Não precisa necessariamente ter sangramento. Mas principalmente tontura e confusão mental.

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Com o diagnóstico em campo, a substituição é feita quando o médico entrega à arbitragem um cartão vermelho — e não branco — para efetuar a troca do jogador. Isso habilita o time adversário a fazer uma substituição adicional, totalizando seis.

Se usarem o cartão vermelho, os médicos precisam enviar à CBF um relatório a respeito do episódio.

"Se ele usar o cartão vermelho, tem que me dar o que fez com o paciente, que tipo de exames, se fez tomografia. A gente vê o vídeo e o médico nos diz quando pretende voltar com o jogador", completou Pagura.

A comissão médica não cria prazos para volta dos jogadores às atividades. Normalmente, isso acontece na partida seguinte. Mas essa decisão é prerrogativa dos clubes.

"Se o médico disse que volta no próximo jogo, eu quero saber o porquê", disse o presidente.

A substituição adicional pode ser feita em qualquer momento do jogo e não é contabilizada nas três paradas para trocas de jogadores, previstas inicialmente na regra.

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O Cruzeiro usou a sexta substituição, já nos acréscimos, empatando com o Botafogo no número de trocas, mesmo sem ter concussão no time.

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