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Jorginho supera Lisca e chega ao Coritiba com desafio de recuperar elenco

Jorginho em ação pelo Vasco durante jogo contra o Palmeiras no Allianz Parque em 2018 - Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
Jorginho em ação pelo Vasco durante jogo contra o Palmeiras no Allianz Parque em 2018 Imagem: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/09/2019 04h00

Ex-auxiliar de Dunga na seleção brasileira, Jorginho foi confirmado na tarde de ontem (24) como novo treinador do Coritiba para a temporada 2019. Nas arquibancadas e nas redes sociais, a torcida coxa-branca clamava por Lisca, nome que foi cogitado pela diretoria e chegou até a negociar. No entanto, a opção pelo ex-lateral direito traz "grife" e a tentativa de mexer com um vestiário que, no diagnóstico da diretoria, perdeu-se nas mãos do antecessor Umberto Louzer.

Já são seis jogos sem vitórias, com quatro derrotas seguidas. Vice-líder da Série B na 18ª rodada, quando encarou o líder Bragantino fora de casa e empatou por 1 a 1, o Coxa parecia ter achado o caminho do acesso com Louzer. Depois, um empate em casa com o Vitória e derrotas para Ponte Preta e Londrina (fora) e Atlético-GO e CRB (no Couto Pereira) jogaram o time para a oitava posição e selaram a sorte do técnico, que balançou após a derrota para o Londrina e não resistiu ao novo insucesso diante dos alagoanos.

O nome de Jorginho foi visto como uma "alternativa menos arriscada" do que Lisca segundo apurou o UOL Esporte. Ex-técnico do Vasco na Série B, em campanha que rendeu ao time o acesso em 2016, e com passagens por Bahia e Ponte, Jorginho é visto como apaziguador, e sua história como jogador é uma aposta para baixar a poeira em um vestiário que, para a diretoria, se deixou levar pela boa campanha.

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Nas discussões sobre a escolha do novo técnico, Lisca -- que chegou a negociar contrato até o fim de 2020 -- encontrou resistência. Era visto no Coritiba como alguém que não conseguiria recuperar a disciplina no elenco. Embora o técnico tenha a imagem de alguém que inflama o ânimo de suas equipes, a diretoria achava que ele poderia ter dificuldades no trato com lideranças do grupo, como Rodrigão.

Artilheiro da equipe, o centroavante ganhou peso e se tornou capitão com Louzer. Mas seu destaque junto à torcida gerou ciúmes no elenco. Com Jorginho, a ideia é colocar no vestiário do Coxa alguém que tenha tamanho para exercer sua autoridade sobre os jogadores.

Além disso, havia outro problema quanto a Lisca: o relacionamento com Rodrigo Pastana, diretor de futebol com quem o técnico trabalhou no Paraná recentemente. Ambos encerraram seu último trabalho em litígio após briga em Belo Horizonte, onde o Tricolor enfrentou o Atlético-MG pela Primeira Liga em 2017.

Pastana também sofreu pressão e teve seu trabalho questionado no G5, o grupo que dirige o Coxa. Pesaram a seu favor o fato de a diretoria entender que o elenco montado por ele é bom tecnicamente e o temor de alterar-se duas funções cruciais em meio à campanha pelo acesso.

Esse medo também impediu que o Coxa fizesse outra escolha: efetivar Mozart. O ex-jogador e auxiliar do clube é visto como boa opção, com formação de técnico na UEFA, mas o insucesso com Sandro Forner impediu a escolha. No ano passado, o clube fracassou em buscar o retorno à Série A tentando uma solução caseira durante boa parte da campanha.

Jorginho terá contrato até o fim da Série B. Seu perfil, em especial a imagem de que tem uma posição muito forte sobre sua religião, também foi tema de debate no Couto Pereira. Ainda assim, a conversa com o treinador foi satisfatória segundo apurou o UOL Esporte. Os dirigentes entendem que Jorginho aprendeu com episódios anteriores e já sabe separar suas crenças das necessidades e características dos clubes que assume.

Será o segundo time que o técnico comanda na Série B em 2019. Antes, dirigiu a Ponte Preta em 18 jogos, com sete vitórias, seis empates e cinco derrotas. Foi demitido após empate em casa com o Sport por 2 a 2, deixando a equipe na oitava posição -- atualmente, a Macaca está em 11º.

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