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Hyuri admite desejo de voltar ao Atlético-MG em 2019: "clube enorme"

Hyuri tem contrato com o Atlético-MG até dezembro de 2020 - Rhona Wise/AFP
Hyuri tem contrato com o Atlético-MG até dezembro de 2020 Imagem: Rhona Wise/AFP

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

19/11/2018 12h08

Do Atlético-MG para o Ceará, e do Ceará para a Ponte Preta. Este foi o caminho feito em 2018 por Hyuri, que hoje luta para colocar o time campineiro de volta na elite do futebol nacional – quatro times ainda brigam por duas vagas. Emprestado pelo Galo até o fim do ano, o meia-atacante de 27 anos não esconde o desejo de voltar a defender o clube mineiro, mas aguarda uma posição da diretoria para saber qual será o seu destino em 2019. E, de preferência, com um acesso no currículo.

“Desejo, sim, é um clube enorme e sempre com aspirações a títulos. Voltar e fazer parte do elenco para 2019 está nos meus planos, mesmo apesar de não ter havido nenhum contato, o que se deve mais à Série A ainda estar em andamento e no aguardo de definições relacionadas à tabela”, disse Hyuri, destacando a luta do Atlético-MG por uma vaga na Libertadores.

No começo do ano, Hyuri estava nos planos do Galo e de Oswaldo de Oliveira para a sequência da temporada. Porém, a demissão do treinador culminou com a também saída do jogador, que acabou parando no Ceará.

“No caso, com a saída precoce do professor Oswaldo, muitos atletas perderam espaço, foram preteridos, e o motivo da grande maioria foi o “estamos apostando em um outro planejamento, com outros jogadores” e nesse caso não há discussão, e junto ao Atlético, encontramos outra opção para a temporada atual, que na ocasião foi o Ceará”, disse em entrevista ao UOL Esporte.

Em terras nordestinas, Hyuri não convenceu. Foram apenas quatro jogos (só um como titular) e a rescisão de contrato com o Ceará, inicialmente contra a sua vontade. Porém, o surgimento da Ponte Preta e a trajetória em Campinas acabou mudando a opinião do jogador.

Hyuri e Dodô foram dois dos destaques do Atlético-MG na goleada sobre o Boa Esporte - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
“Não era minha vontade, sinceramente, mas me senti obrigado a deixar, por minha carreira, o Ceará, um clube como todos estão vendo nesse Brasileiro, simpático, carinhoso, acolhedor, e com a Ponte eu só lembro que me perguntei: ‘E agora? O que eu vou encontrar lá’? E digo que nos últimos anos foi uma das melhores decisões da minha vida, pois o que eu estou vivendo aqui está sendo enorme e gratificante, e serei eternamente grato pela Ponte Preta, e se não for em 2019, um dia quero voltar a vestir essa camisa pesada, sim”, acrescentou.

Na Ponte Preta, Hyuri teve mais oportunidades. Ganhou a posição de titular logo depois da estreia, mas viu uma lesão no dérbi contra o Guarani deixa-lo de molho por algumas rodadas. Quando se recuperou, viu o time ir ganhando corpo e engatando uma boa sequência de resultados.

“Cheguei num momento de dúvida, desempenhei bons jogos, graças a Deus, mas a lesão no Dérbi parou uma sequência boa que eu vinha tendo, infelizmente. Tinha me consolidado como titular da equipe, mas aí é que vem a palavra “grupo” no futebol, e tivemos outros jogadores que vieram ajudando e decidindo jogos, foram jogos que eu pude me sentir ajudando o time dentro de campo, e me trouxe de volta uma confiança que eu tinha perdido”, acrescentou.

Depois de lutar algumas rodadas para afastar a possibilidade de descenso, a Ponte Preta se reerguei na Série B e hoje depende apenas de suas forças para conquistar o acesso – encara o Avaí no sábado, na Ressacada, às 17h.

“Faltando essa última rodada, e com a dependência própria para subir, a cabeça tem que ser como vem sendo desde o jogo contra o CRB, de que a gente só tem essa chance, e foi assim que chegamos até aqui, na última rodada, com chances de acesso, mesmo depois de ser cogitada uma briga contra o rebaixamento, fake News [risos]”, brincou Hyuri.

VEJA MAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:

A chegada ao Bota após a saída de Vitinho

Hyuri comemora gol diante do Corinthians, que deu vitória ao Botafogo, no Maracanã - 	Vitor Silva / SSPress - 	Vitor Silva / SSPress
Imagem: Vitor Silva / SSPress
Eu não substituí o Vitinho, cheguei para encorpar o grupo do Botafogo naquele ano, que no momento tinha totais condições de ser campeão brasileiro. Cheguei por ter feito um bom campeonato carioca pelo Audax, e com o aval do professor Oswaldo [de Oliveira], pude dar uma rápida resposta mediante a suspensões, venda de jogador, e convocações. A passagem foi memorável, maravilhosa, é um clube que guardo no coração, e sempre me deixo à disposição para ajudá-lo no que possível, com feito memorável em colocar o clube numa Libertadores após 17 anos. Tem seu lugar aqui no coração.

‘Momento mais intenso da vida’ no Bota

No Botafogo foi o momento mais intenso da minha vida, em que cheguei como um jogador sem história, fiz um dos gols mais bonitos de um palco mundialmente conhecido, passei a ser um profissional do futebol, vivi uma briga por título, uma classificação pra Libertadores. Sim, ali vivi um dos melhores momentos da minha carreira, indiscutivelmente.

Jogar no time de coração

Eu estava tendo um privilégio que poucos, bem poucos podem ter, até porque, eu não fui para o Botafogo depois de velho, eu fui abençoado a defender o clube pelo qual eu torcia, quando eu ainda parava em frente à TV para torcer e vibrar por cada jogo. Um sentimento que poucos podem ter, e graças à Deus, eu pude ter.

O privilégio de atuar ao lado de Seedorf

Seedorf dá atenção especial a Hyuri em treino que definiu titularidade do recém-contratado no Botafogo - Satiro Sodre/SSPress - Satiro Sodre/SSPress
Imagem: Satiro Sodre/SSPress
Foi uma escola para mim. Todo dia que eu ia ao treino, eu voltava para casa com um detalhe vindo dele. A maior imagem dele para mim era com a camisa do Milan, e, de repente, ele estava me orientando dentro das mesmas quatro linhas em que dividíamos. Foi mais uma página para a minha vida.

Passagem pela China rendeu até tatuagem

Passagem foi maravilhosa, e voltaria com certeza, me adaptei muito bem ao estilo cultural deles, e respeitoso, algumas peculiaridades mas que apenas engrandecem essa experiência de vida, com a língua não digo nem tanto, mas em questões de alimentação, no primeiro ano eu perdi 3kg de tão difícil que era se alimentar como fazemos aqui no Brasil, mas nada que não houvesse solução, e teve, e graças à Deus, a passagem foi maravilhosa e até mesmo com um título da Super copa da China em 2014, mas espero voltar e escrever mais páginas dessa história que por sinal, tenho tatuado na pele esse país.