W. Silva fala de ida precoce e perrengue na Europa: "Confiei no empresário"
O currículo extenso no futebol pode até enganar, mas o atacante Wellington Silva tem apenas 24 anos de idade. Com oito camisas já vestidas em sua trajetória, o jogador do Fluminense concedeu entrevista ao UOL Esporte, repassou a carreira a limpo e admitiu passos em falso que dificultaram sua afirmação na Europa.
O camisa 11 tricolor não se eximiu de responsabilidade em suas decisões, mas indicou que teve seu progresso dificultado por seu antigo empresário. Vendido ao Arsenal com apenas 16 anos, Wellington não vingou em Londres e colecionou diferentes clubes e cidades.
“Se fosse hoje em dia, seria tudo diferente. Confiei muito no empresário [Reinaldo Pitta] que eu tinha. Tinha apenas 15 anos, ele poderia me levar para um clube em que eu poderia ficar direto. Se pensasse também em mim e não só no dinheiro, poderia ter feito um planejamento bem melhor. Mas não tenho nada do que reclamar, tudo o que aconteceu foi para o meu bem”, disse ele.
A dificuldade em conseguir um visto de trabalho foi um grande problema durante seu tempo em Londres. Responsável direto pela negociação, Pitta enfatizou o conforto que proporcionou a Wellington e seus familiares e reclamou do que classificou como “ingratidão”. Sobre o insucesso no Arsenal, opinou que o ex-cliente não obteve êxito por não ter correspondido a expectativa criada:
“A história é simples. Pegamos esse menino com uns 13 anos lá na Penha e colocamos a família na Barra. Na época da negociação, ele não tinha muita opinião, era um menino apenas. Mas ele não tem culpa, os exemplos vêm de casa. Isso é que me deixa triste. Mas é sempre assim: o jogador é o bonzinho e o empresário é um filho da p... Não retiro uma vírgula do que disse.”
Anos após a relação ter sido desfeita, Wellington Silva reconhece que pular de clube em clube foi prejudicial para a sua imagem. Se não conseguiu a glória esportiva, o tempo passado na Espanha (jogou por Levante, Alcoyano, Ponferradina, Real Murcia e Almeria) fez com que obtivesse o sonhado passaporte espanhol, a carta de entrada para o retorno ao futebol europeu.
Mesmo após o fracasso da negociação com o Bordeaux, o tricolor tem o objetivo de retornar aos principais centros, mas reconhece que ainda busca readquirir sua melhor forma técnica no Fluminense. “Ainda não consegui fazer o que fazia há um tempo. Individualmente, fazia mais jogadas, agora tem estado mais difícil. Falta melhorar um pouco“, disse ele.
Com Wellington como uma de suas principais figuras, o Flu chega ao último dia de preparação antes da partida decisiva ante a LDU, quinta, às 19h15. Nesta quarta, o Tricolor faz o último treino antes do jogo, no Estádio Casablanca. Como venceu na ida por 1 a 0, a equipe joga por um empate sem gols para chegar nas quartas da Copa Sul-Americana.
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