Atlético-PR aumenta patrulha e proíbe torcida organizada de usar sua marca
A torcida Os Fanáticos, principal organizada do Atlético-PR, foi proibida de vender produtos com a marca do clube. O pedido de veto partiu da própria diretoria, que luta publicamente pelo fim das organizadas e, já há algum tempo, não vem tendo boa relação com a torcida.
O Atlético-PR notificou extrajudicialmente a torcida alegando que ela explorava e comercializava a marca “CAP” (Clube Atlético Paranaense) sem autorização. O clube ainda acusa a torcida de concorrência desleal e desvio de clientela.
O UOL Esporte teve acesso à notificação feita pelo Atlético-PR. Nela, o clube alega que ‘qualquer uso, reprodução e/ou comercialização não autorizada constitui uma violação de direito de propriedade intelectual que sujeita o infrator a sanções civis e penais’. O clube diz ainda que ‘os danos são inegáveis’ e que a torcida estava ‘se beneficiando à custa de propriedade imaterial do clube’.
Em resposta ao Atlético-PR, a torcida Os Fanáticos afirmou que irá acatar o pedido e não fabricará mais nenhum material com a marca do clube. Mas, em nota publicada em sua página oficial no Facebook, classificou o episódio como “a morte do diálogo por parte da Direção do Clube Atlético Paranaense com o seu torcedor e com a Torcida Os Fanáticos”.
“Nós utilizamos esta marca em nosso peito por amor, por paixão, paixão que provamos diariamente existir pelo Atlético dentro de cada um de nós, por nos orgulharmos da nossa história e da escolha em torcer pelo maior time do estado”, diz a nota.
A torcida reforça que não se importaria em negociar com o clube o pagamento dos direitos sobre a marca.
“Por várias oportunidades repetimos que não nos incomodamos em pagar royalties, comprar etiquetas, ou licenciar produtos, proposta que sempre foi prontamente rejeitada pelo Clube e nós inclusive já afirmamos esta intenção em entrevistas concedidas”, acrescenta.
Renato Martins, relações públicas da torcida Os Fanáticos, lamentou a atual situação. “Não está existindo diálogo com a diretoria”, disse ao UOL Esporte.
Além do veto à utilização do símbolo do Atlético-PR e da marca CAP, a diretoria rubro-negra ainda proíbe – desde 16 de abril – a entrada de qualquer material que faça alusão às organizadas na Arena.
A relação entre Atlético-PR e a organizada piorou depois de alguns episódios ocorridos neste ano, como o vídeo de ameaça a Walter, a confusão no estacionamento da Arena da Baixada em uma festa junina e uma emboscada armada aos jogadores, que foram ameaçados com foguetes, pedras e xingamentos dentro de um ônibus após uma derrota para o Coritiba.
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