Discursos, vexame em casa e queda para o SP: motivos da demissão de Aguirre
A saída do técnico Diego Aguirre, do Atlético-MG, foi confirmada nesta quinta-feira, dia 19 de maio. Mas a decisão de mandar o treinador embora aconteceu bem antes. A data exata foi 10 de abril, logo após o Atlético perder para o Tricordiano, no Independência, por 4 a 2. O resultado não interferiu em nada na classificação da equipe no Campeonato Mineiro, mas serviu para abalar de vez o trabalho do treinador.
Naquele momento, Aguirre já era pressionado pela torcida, que esperava um melhor rendimento do time campo. Era também o que esperava a diretoria do Atlético, tanto que o presidente Daniel Nepomuceno chegou a cobrar publicamente por resultados melhores. Especialmente por Aguirre não entregar aquilo que havia prometido. Na primeira coletiva como técnico do Atlético, o uruguaio foi claro ao ressaltar que não tinha desculpas para não ir bem no comando do time.
“A estrutura do Atlético é uma das melhoras do mundo. Fiquei surpreendido, porque acho que o treinador não tem desculpa nenhuma, tem que trabalhar. Se não ganha, não pode falar que o campo estava ruim. Um clube com estrutura maravilhosa, espetacular, de altíssimo nível. Será um prazer estar aqui com os jogadores. Poderemos fazer um grande trabalho com essa estrutura à disposição. Trabalhei em muitos clubes e nunca senti uma estrutura tão profissional quanto essa”, disse Aguirre, em dezembro do ano passado.
Discurso do treinador para a imprensa e também para a diretoria. Reforçado com a avaliação de Aguirre sobre o elenco do Atlético, especialmente após a chegada do atacante Clayton. Internamente, o ex-técnico atleticano considerava seu elenco como o melhor do futebol brasileiro. Mas em campo não se via isso. Pelo contrário, as atuações abaixo do esperado minaram ainda mais o trabalho de Diego Aguirre.
Mas como o time seguia na Libertadores, o treinador foi mantido. A eliminação foi o ponto final na passagem do uruguaio pela Cidade do Galo, especialmente pelo futebol pouco eficiente apresentado nas duas partidas válidas quartas de final da Libertadores. Em comum acordo, o presidente Daniel Nepomuceno e Diego Aguirre optaram por uma saída elegante, como se o treinador tivesse entregado o cargo. Bem diferente do que o próprio Aguirre havia falado horas antes, após a eliminação para o São Paulo.
“Acho que sim, temos um bom elenco. É possível que Galo pode conquistar o Brasileiro. Isso é um pensamento, não vai mudar o que penso dos jogadores, do time que temos, das possiblidades de conquistar alguma coisa. É um momento difícil, porque falta muito tempo. Agora teremos que aceitar e olhar para a frente”, disse o treinador, dando a entender que pensava em continuar na Cidade do Galo.
Com a pressão externa cada vez maior, a decisão em demitir Aguirre foi tomada ainda no Independência. Líderes do elenco, o goleiro Victor e o zagueiro Leonardo Silva ainda conversa com Daniel Nepomuceno, no vestiário do Independência, pedindo que a decisão fosse tomada de cabeça fria. E assim o dirigente fez. Após conversar com outros diretores e pessoas próximas, Nepomuceno decidiu mesmo trocar de treinador. E após conversar com o próprio Aguirre, ambos optaram por declarações políticas, para amenizar o trauma de trocar o comando técnico no meio da temporada.
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