Clubes e torcidas do Rio usam 'vaquinha' para pagar dívidas e até livros
Reforços, dívidas e até livros... O futebol carioca tem usado uma forma diferente para financiar seus projetos ou resolver problemas, como os débitos em atraso com a Receita Federal. Febre iniciada com o projeto “Vasco Dívida Zero”, no ano passado, o crowdfunding chegou a ser até mesmo elogiado pelos clubes ou promovido por um deles, como no caso dos livros do Tricolor.
Pioneiro no Rio, o “Vasco Dívida Zero” começou como uma forma direta para o torcedor do Cruzmaltino pagar parte das dívidas do clube com a Receita Federal em 2013, quando o time sofria com bloqueios judiciais diante da dificuldade de lidar com os débitos em atraso.
Com pouco mais de R$ 950 mil em dívidas pagas por mais de 15 mil torcedores vascaínos, o projeto inspirou cópias de Flamengo e Botafogo, sempre sem participação da diretoria dos clubes de forma direta. O “Fla em dia” já se aproxima dos R$ 300 mil pagos em dívidas, enquanto o “Botafogo sem dívidas”, mais recente, já se aproxima dos seus primeiros R$ 100 mil.
O idealizador do “Vasco Dívida Zero”, Giordano Mochel, aprovou a expansão da ideia para outras torcidas cariocas. Para ele, o cenário cria uma competição saudável sobre qual torcida contribui mais para pagar as dívidas de seus clubes.
“Acho muito bom [ser visto como inspiração para outras torcidas]. Claro que deveria haver mais reconhecimento dos outros clubes em mostrar o Vasco como pioneiro. Mas de qualquer forma isso é bom. Fomenta a contribuição em todos os clubes e promove uma boa competição“, ponderou Giordano, que não perdeu a chance de exaltar a torcida do Vasco como pioneira.
“O pioneirismo da campanha é algo que só poderia mesmo ter brotado da torcida vascaína. O histórico de clube inovador, combatente do preconceito e discriminações, toda essa história linda só poderia mesmo culminar em uma ideia perfeita de campanha de ajuda ao clube. Nisso todos nós vascaínos devemos ter orgulho. Parabéns a nossa torcida pela Vasco Dívida Zero”, complementou o idealizador do projeto.
Sem interferência mais direta das dívidas na qualidade de seu futebol graças a parceria com a Unimed Rio, o Fluminense não contou com a mesma mobilização de sua torcida para pagar sua dívida com a Receita. Mas usou ideia semelhante para levantar fundos para livros que homenageiam sua história.
O primeiro livro custeado por contribuições de torcedores foi uma obra sobre os 110 anos do clube, completados em 2012. O projeto "Fluminense, 110 jogos inesquecíveis - Guerreiros desde 1902" foi um sucesso com R$ 206 mil arrecadados e abriu caminho para que a ideia fosse reeditada em outros projetos.
Recentemente, o Fluminense abriu para contribuições pela internet de pelo menos R$ 20 o projeto de um livro sobre o famoso Casal 20, formado por Washington e Assis no fim dos anos 80. A meta é arrecadar ao menos R$ 150 mil, com a possibilidade até mesmo de outras homenagens aos ídolos de acordo com o montante.
O crowdfunding tem se mostrado um meio ainda lento para as torcidas liquidarem as dívidas de seus clubes, mas prova que a mobilização pela internet pode ser usada para outros projetos, como no caso do Fluminense.
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