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Preferências de Luxa dividem elenco do Grêmio e moldam comportamentos

Vanderlei Luxemburgo elege preferidos e cria divisão no elenco de jogadores do Grêmio - Leandro Moraes/UOL
Vanderlei Luxemburgo elege preferidos e cria divisão no elenco de jogadores do Grêmio Imagem: Leandro Moraes/UOL

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

22/05/2013 06h00

O elenco do Grêmio é dividido por dois grupos. Os preferidos de Luxemburgo e os que não estão no clube por indicação dele. Mesmo que negado por todos, é evidente o diferente comportamento entre prediletos e 'excluídos'. Ações moldadas pelo gosto do treinador.

Na turma dos 'queridinhos' estão: Dida, Pará, Cris, Werley, Elano, Zé Roberto, Adriano, Fábio Aurélio e Tony. Destes, só os três últimos não são titulares. Entre eles, é comum ver sorrisos, brincadeiras, um ambiente totalmente positivo. Cobranças públicas são raras e o apoio é incondicional ao comando técnico. A relação é ótima e não há rixa alguma. Todos chegaram ao Grêmio após Luxa e indicados por ele.

No entanto há também quem seja do lado oposto. Marcelo Grohe, André Santos, Souza, Vargas, Barcos, Kleber Gladiador e Welliton formam facção contrária. Entre eles, é comum o esforço em treinamentos, mas com a consciência de que poucas são as chances de serem recompensados. Com isso, o empenho inicial se torna comodismo ou irritação.

SEPARAÇÃO DOS PREDILETOS DE LUXEMBURGO E OS QUE NÃO GOSTAM DISSO

TIME DE LUXAINDIFERENTESCONTRÁRIOS
Dida, Cris (f), Pará, Werley, Elano, Zé Roberto, Adriano, Fábio Aurélio e TonyFernando (f), Bressan, Gabriel, Mamute, Biteco, Marco Antonio, Alex Telles...Marcelo Grohe, André Santos, Souza, Vargas, Barcos e Welliton
DIDA NÃO PEGA PÊNALTILUXA NÃO VÊ PRESSÃOBARCOS NEGA RIXA

Quem fala mais forte na turma dos insatisfeitos é Barcos. O argentino já reclamou do posicionamento, disse que a bola não chegava ao ataque, cobrou postura mais ofensiva do time, revelou que era escalado mesmo sem estar 100% quando teve dores nas costelas e, por fim, ao ser substituído no jogo contra o Independiente Santa Fé bateu de frente com o auxiliar técnico Roger e reclamou muito.

Após voltar a Porto Alegre o tom foi amenizado. Até porque Luxemburgo segue no comando e o camisa 28 pretende se manter titular. "Se tivesse algo para falar com Luxemburgo, falaria com ele. Sou homem suficiente para isso. Sempre tivemos um dia a dia bom. Jamais tivemos problemas. Vocês incrementaram isso. Nenhuma discussão aconteceu, isso foi armado por vocês [imprensa]", justificou Barcos.

No entanto fatos mostram o contrário. Esbravejar após uma derrota pode ser comum, mas as reclamações constantes não seguem o mesmo tom dos demais colegas. Principalmente daqueles que estão nas preferências do comandante.

Bater de frente com Luxemburgo não é a melhor alternativa. Exemplo disso foi a saída de Marcelo Moreno do Grêmio. Goleador da equipe na temporada passada, ele foi sacado do time, reclamou e jamais teve oportunidades. O 'calvário' de treinar separado dos demais só acabou quando houve  negociação com o Flamengo.

Há ainda os que são indiferentes. Fernando, Bressan, Gabriel, Mamute, Biteco, Marco Antonio, Alex Telles, nenhum deles toma partido nos grupos presentes no elenco gremista.

A direção, enquanto isso, observa o comportamento dos jogadores. O trabalho de gestão de pessoas de Luxemburgo estará sob análise no começo do Brasileirão. Dependendo do rendimento, a chance de queda não está totalmente afastada. Mas somente após as primeiras rodadas, quando o torneio para em razão da Copa das Confederações.

Até lá, a ação dos dirigentes já enfraqueceu o grupo dos 'preferidos' com a saída de Willian José, mas a tendência é que o outro lado também seja esvaziado com a chance de Welliton parar no São Paulo e André Santos e Vargas voltarem para Arsenal e Napoli respectivamente.

Os jogadores do Grêmio treinam nesta quarta-feira. O próximo jogo oficial ocorre no domingo, às 16h, contra o Náutico, no estádio Alfredo Jaconi. O duelo marca estreia pelo Campeonato Brasileiro.