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João Havelange melhora e terá alta na próxima semana, diz chefe da equipe médica

Ricardo Teixeira e João Havelange em evento no Rio de Janeiro (01/02/2005) - Ana Carolina Fernandes/ Folhapress
Ricardo Teixeira e João Havelange em evento no Rio de Janeiro (01/02/2005) Imagem: Ana Carolina Fernandes/ Folhapress

Roberto Pereira de Souza

Do UOl, em São Paulo

18/05/2012 16h45

Depois de passar 60 dias internado por uma infecção no tornozelo direito, João Havelange (96) deve deixar o hospital Samaritano, em Botafogo, Rio de Janeiro, na próxima semana. A previsão otimista é do cardiologista João Mansur, que cuidou do ex-presidente da Fifa desde a internação emergencial em 18 de março.

O boletim divulgado nesta sexta-feira afirma que "após uma semana de boa evolução clínica, a previsão de alta do Presidente de Honra da Fifa é para a próxima semana".

A internação de Havelange aconteceu três dias após a renúncia de Ricardo Teixeira ao cargo que mantinha no comitê executivo da Fifa, por denúncia de corrupção, investigada em julgada pela Justiça Suíça em primeira instância. Havelange renunciou ao assento vitalício que mantinha como executivo do Comitê Olímpico Internacional, devido à mesma investigação, em dezembro de 2011.

Havelange e Teixeira receberam suborno durante operações de venda de direitos de transmissão dos jogos de várias copas do mundo e das olimpíadas. A empresa International Sport Leisure, que subornou os oficiais da Fifa, mantinha contrato de exclusividade para a venda de direitos de televisão.

A ISL pediu falência e, durante as investigações do passivo de mais de US$ 200 milhões, a promotoria suíça descobriu que os brasileiros haviam usado empresas de fachada para receber propinas. No acordo firmado para estancar o julgamento na corte suíça, Havelange e Teixeira devolveram parte do dinheiro recebido ilegalmente.

O caso ainda tramita na Corte Federal porque dois jornalistas lutam para obter as cópias do processo, onde o maior esquema de corrupção do esporte moderno foi detalhado por vários auditores. Os documentos devem ser liberados pela Justiça em alguns meses. Além do jornalista suíço, Francois Tanda, o britânico Andrew Jennings também deve ter acesso a toda documentamentação, que hoje é mantida sob sigilo a pedido da Fifa e dos brasileiros.