Churrasco, piada e time repetido: Argentina vive clima de alívio pós-crise

Após enfrentarem uma crise que quase os tirou da Copa, incluindo supostos problemas internos, os jogadores argentinos vivem um clima diferente. Dois dias após a vitória sobre a Nigéria, teve até churrasco e piadas - e uma indicação que o time que venceu os africanos será mantido contra a França. Um ambiente em que está claro o alívio por se livrar do vexame de cair na primeira fase.

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Com a confiança renovada, os jogadores já falam em uma Copa aberta, sem favoritos, por conta dos resultados surpreendentes. A Argentina pega a França nas oitavas de final, às 11h (de Brasília) deste sábado, em jogo que é considerado equilibrado para os sul-americanos apesar de os europeus terem uma campanha melhor.

No dia seguinte à classificação contra a Nigéria, houve um churrasco entre os jogadores e a comissão técnica. Nesta quinta-feira (28), o clima de embate entre imprensa e jogadores também se amenizou. Até piadas foram ouvidas na entrevista coletiva.

Quando um repórter francês perguntou sobre os pontos fracos do time francês, atrapalhou-se na tradução. Ele usava o “Google  tradutor” para isso, mas algo se perdeu no caminho e, quando terminou a frase, a pergunta não fazia sentido em espanhol - a impressão era que ele queria que os jogadores argentinos dessem dicas para o técnico francês Didier Deschamps para vencê-los. Houve risadas gerais.

Atuando no futebol francês, no PSG, o meio-campista Giovani Lo Celso até se ofereceu para falar em francês. E depois emendou a resposta em espanhol, para deixar claro o novo estado de confiança do time argentino: "Creio que a seleção francesa tem jovens com talentos. Mas sabemos que deixam espaços. Temos jogadores muito importantes como Messi que podem aproveitar", afirmou Lo Celso, reserva da equipe argentina.

No geral, jogadores parecem ter deixado no passado anterior à partida contra a Nigéria as ameaças e críticas, que atingiram bastante, por exemplo, o goleiro Caballero, que falhou diante da Croácia. Tanto que, logo após as partidas, os jogadores festejaram cantando até com provocações ao Brasil ao dizer que os brasileiros vão chorar na Copa.

Os questionamentos sobre a fragilidade da armação do time de Jorge Sampaoli também se reduziram, assim como o comando exercido por Messi e Mascherano no grupo. O volante, chamado "Jefecito", voltou a ser visto conversando o Sampaoli durante o treino. O que não gerou os questionamentos da outra vez em que os dois foram flagrados conversando - naquele momento, o jogador mostrava em um papel com a formação do time.

Com isso, todos pelos lados argentinos esperam em campo, no sábado, um time repetido: jogando com Armani no gol, quatro defensores, dois volantes e dois meias, além de Higuain mantido no ataque ao lado de Messi.

Ainda que esteja longe de ser um time maduro, a seleção argentina agora até vê o título como uma possibilidade, diante de uma competição sem favoritos. "Depois da eliminação surpreendente da Alemanha na fase de grupo, não dá para falar em favoritismo", afirmou Lo Celso, rejeitando que a Argentina ou qualquer outro time possam estar à frente. Um cenário positivo para quem era visto como zebra.

O reserva da zaga Fazio também vê uma nova postura da Argentina a partir do jogo com a Nigéria: "Se viu outra atitude, não de cada um, mas de todos os jogadores. Uma partida contra a Croácia que no primeiro gol a equipe sentiu. Desde o primeiro minuto, sabiam da consequência de não ganhar. Se viu a equipe mais aguerrida, junta", explicou.

Em um Mundial aberto, e com um craque como Messi usando sua camisa, os argentinos acreditam que pode ser o suficiente para ir sonhando pelo menos até sábado.